Katia Velo: A Importância de Visitar Museus

Pintura de Katia Velo
escolhida para o cartaz
A palavra museu vem do latim museum, que por sua vez é derivada do grego mouseion, que se refere a um lugar ou a um templo dedicado às Musas - divindades na Mitologia grega que inspiravam e protegiam as artes. Os museus guardam as memórias materiais (peças, objetos, obras) e imateriais (relatos orais, costumes, histórias e estórias pitorescas).


Para isto, várias etapas são realizadas: pesquisa, inventário e tombamento são algumas delas. Portanto, antes de pensar, como a grande maioria, que museu é lugar de coisa velha, reflita no momento atual em que vivemos. A globalização estreita e revela o mundo de uma forma mais rápida e abrangente, por ouro lado, minimiza e massifica as informações. Portanto, os museus têm um papel fundamental de registrar e apresentar as peculiaridades, relíquias, tesouros culturais, intrínsecos a cada nação e região.


Um museu sozinho não existe. Somente a partir da relação que se estabelece com a sociedade e em especial com o visitante é que ele se faz presente, real. A visitação a museus deve ser uma prática comum, deve fazer parte do cotidiano (como ir ao cinema).


Mesmo algo que possa parecer tão distante de nós, como a arte rupestre, ainda preserva muito de nossa essência. Os desenhos rupestres encontrados pelo homem moderno, estreita cada vez mais o elo que existe entre nós, sendo, portanto, atemporal as características como: crença, medo, desejo, entre outros elementos, principalmente os intuitivos. A criação de elementos constantes apenas na sua imaginação reforça a necessidade do homem, neste caso, o primitivo, de diferenciar o bem do mal, o sagrado do profano e, outros opostos.

Exposição  no Museu de Arte Sacara de Curitiba - Masac
Curadoria de Carlos Zemek - Foto SemeArte
Antes de figuras de antílopes e de mamutes, de homens a correr e de mulheres férteis, riscamos traços ou estampamos a palma das mãos nas paredes de nossas cavernas para assinalar nossa presença, para prender um espaço vazio, para comunicar uma memória ou aviso, para sermos humanos pela primeira vez (MANGUEL, Alberto. Lendo imagem. São Paulo: Companhia das Letras, 2001).


Texto de Katia Velo

KATIA VELO é especialista em História da Arte Moderna e Contemporânea - Escola de Música e Belas Artes do Paraná (2007). Bacharel e Licenciada em Letras – Faculdade Anhembi/Morumbi – São Paulo / SP (1991)- MEC 182.765 – Português e Inglês e suas Literaturas.  Atua como professora de Arte,  colunista e consultora cultural, curadora, artista plástica, fotógrafa, ensaísta, fotógrafa e palestrante. Possui em seu currículo, mais de 15 exposições individuais e mais de 100 coletivas (nacionais e internacionais), além de participações em Salões de Arte.  Por sua atuação tem recebido homenagens e prêmios em São Paulo e no Paraná.

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