ACASALAMENTO
Criei pra ti
um universo paralelo
Criaste pra mim
um planeta subterrâneo
Entrelaçamos os corpos no meio do nada
Voamos cada qual em frente
Como borboletas
Acasaladas...
Maria Lorenci
THE END, MY FRIEND...
Fico pensando que fim isso terá...
Um corte limpo e profundo
Na tua garganta?
Nos meus pulsos?
Não há uma única faca decente na minha cozinha....
Imagino ainda, mais otimista
Que seja sem dor nem morte,
Apenas um beijo de boa-noite e fim.
Muito pouco pro intenso até aqui...
E aí me vem à cabeça
O desejo inicial
De que durasse, assim como é,
Por eternas noites insones.
Não sei o que me assusta mais.
Maria Lorenci
PARA A MINHA MÃE
Quero todos os impossíveis
Quero o que tu rejeitas.
Me farto do que tu abominas.
Busco só o que tu negas.
O que te enoja
Choca
Fere
Eu mim vive tudo o que não tens
Realizo teus fantasmas
Tuas ilusões profanas
Faço o que não te permites
O que te assusta
Limita
Persegue
Sou teu espelho
Tua máscara arrancada
O dominó rasgado
Tua lança de perfumes
Sou a que te envergonha
Agride
Revela.
Retorna em mim a inocência
Que tu jogaste na rua
Exponho teu esqueleto
Onde te escondes inteira.
Sou o teu Lado Negro
Selvagem
Verdade.
Maria Lorenci
Maria Lorenci: Engenheira Civil, Funcionária do Banco do Brasil. Mãe de três. Mulher de ninguém. Curitibana típica: não abraça, não cumprimenta, não olha nos olhos. Não por arrogância, mas por timidez. Publicou, em 2014, junto a outras Escritoras Curitibanas, a Coletânea "Herdeiras de Lilith", pelo Instituto Memória. E em edição independente, faz parte da coletânea "Folhetim dos Poetas Malditos", de 2015. Está lançando, na Coleção Marianas, seu primeiro livro individual: "Playlist para Poemas Selvagens", de onde são extraídos os textos."
Criei pra ti
um universo paralelo
Criaste pra mim
um planeta subterrâneo
Entrelaçamos os corpos no meio do nada
Voamos cada qual em frente
Como borboletas
Acasaladas...
Maria Lorenci
Quadro de Davi Faustino |
THE END, MY FRIEND...
Fico pensando que fim isso terá...
Um corte limpo e profundo
Na tua garganta?
Nos meus pulsos?
Não há uma única faca decente na minha cozinha....
Imagino ainda, mais otimista
Que seja sem dor nem morte,
Apenas um beijo de boa-noite e fim.
Muito pouco pro intenso até aqui...
E aí me vem à cabeça
O desejo inicial
De que durasse, assim como é,
Por eternas noites insones.
Não sei o que me assusta mais.
Maria Lorenci
PARA A MINHA MÃE
Quero todos os impossíveis
Quero o que tu rejeitas.
Me farto do que tu abominas.
Busco só o que tu negas.
O que te enoja
Choca
Fere
Eu mim vive tudo o que não tens
Realizo teus fantasmas
Tuas ilusões profanas
Faço o que não te permites
O que te assusta
Limita
Persegue
Sou teu espelho
Tua máscara arrancada
O dominó rasgado
Tua lança de perfumes
Sou a que te envergonha
Agride
Revela.
Retorna em mim a inocência
Que tu jogaste na rua
Exponho teu esqueleto
Onde te escondes inteira.
Sou o teu Lado Negro
Selvagem
Verdade.
Maria Lorenci
Maria Lorenci: Engenheira Civil, Funcionária do Banco do Brasil. Mãe de três. Mulher de ninguém. Curitibana típica: não abraça, não cumprimenta, não olha nos olhos. Não por arrogância, mas por timidez. Publicou, em 2014, junto a outras Escritoras Curitibanas, a Coletânea "Herdeiras de Lilith", pelo Instituto Memória. E em edição independente, faz parte da coletânea "Folhetim dos Poetas Malditos", de 2015. Está lançando, na Coleção Marianas, seu primeiro livro individual: "Playlist para Poemas Selvagens", de onde são extraídos os textos."
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