Noites áridas
Meia-noite
pouco sono
menos sonho
e as lembranças de um antigamente tão próximo
cuja presença
ainda impregna os caibros deste meu leito
que se não é de morte
tampouco se presta a qualquer tipo de vida.
Paulo Eduardo Gonçalves
Hai-quases
Céu de lamparina
sobre ardor de joalheiro
inscrevehai-quases.
Paulo Eduardo Gonçalves
Memória afetiva
Taipi a Moby Dick.
E por consequência
tabu.
E por consequência
Freud.
E por consequência
memória afetiva.
Auto-identificação
Todo mundo é tatuado
todo homem é barbado
e as meninas são retrô.
Todos eles são datados
sendo identificados
pelo chip
sob o capô.
Paulo Eduardo Gonçalves
Blindagem
Marilisa,
mulher impura;
mulher impudica,
desfilando sem-vergonhice às margens da marginal.
Marilisa,
cujo rebolado não trai o segredo que escorre de sua boca.
Quantos já não penduraram-se em suas entranhas,
aqui mesmo,
a despeito dos engarrafamentos que acompanham toda via rápida?
Marilisa sabe:
vou fode-la de um jeito ou de outro -
quando nossos olhos se cruzam através do vidro
blindado
que separa nossas classes sociais.
Paulo Eduardo Gonçalves
Paulo Eduardo Gonçalves (1978), paranaense de Ponta Grossa. Pequenas premiações e participações em antologias locais. Ativo na internet desde 2002, com um livro de poesias auto-publicado e um e-book que chegou a estar entre quatro mais baixados da Amazon Brasil na categoria poesia geral.
Email: fogopreto@gmail.com
Meia-noite
pouco sono
menos sonho
e as lembranças de um antigamente tão próximo
cuja presença
ainda impregna os caibros deste meu leito
que se não é de morte
tampouco se presta a qualquer tipo de vida.
Paulo Eduardo Gonçalves
Fotografia de Paulo Zemek |
Hai-quases
Céu de lamparina
sobre ardor de joalheiro
inscrevehai-quases.
Paulo Eduardo Gonçalves
Memória afetiva
Taipi a Moby Dick.
E por consequência
tabu.
E por consequência
Freud.
E por consequência
memória afetiva.
Paulo Eduardo Gonçalves
Fotografia de Neni Glock. |
Auto-identificação
Todo mundo é tatuado
todo homem é barbado
e as meninas são retrô.
Todos eles são datados
sendo identificados
pelo chip
sob o capô.
Paulo Eduardo Gonçalves
Blindagem
Marilisa,
mulher impura;
mulher impudica,
desfilando sem-vergonhice às margens da marginal.
Marilisa,
cujo rebolado não trai o segredo que escorre de sua boca.
Quantos já não penduraram-se em suas entranhas,
aqui mesmo,
a despeito dos engarrafamentos que acompanham toda via rápida?
Marilisa sabe:
vou fode-la de um jeito ou de outro -
quando nossos olhos se cruzam através do vidro
blindado
que separa nossas classes sociais.
Paulo Eduardo Gonçalves
Paulo Eduardo Gonçalves (1978), paranaense de Ponta Grossa. Pequenas premiações e participações em antologias locais. Ativo na internet desde 2002, com um livro de poesias auto-publicado e um e-book que chegou a estar entre quatro mais baixados da Amazon Brasil na categoria poesia geral.
Email: fogopreto@gmail.com
Massa!!!! =DDD
ResponderExcluirObrigado, vc tbm.
ExcluirTem que musicalizar isso!!!!!
ResponderExcluirMusicalhada tem essa: https://www.youtube.com/watch?v=bInAhkAhCTM
ExcluirTodos bons. Os que mais gostei: Memória afetiva, com a referência a Melville e a crítica social em Blindagem. Parabéns!
ResponderExcluirDuas referência, duas crítica.
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