Tragédia de Mariana
Quanto abismo cai
E soterra os ais
E as vozes mais
Que diriam adeus.
Rolam com a terra
E sufoca o berro
Do próprio enterro
Sem dizer adeus.
E não volta mais
Não há tempo atrás
Nem haverá jamais
O derradeiro adeus.
Decio Romano
Bairro Alto da Glória
Todas as travessas
Levam para lá.
Meu canto encanto
Meu reencontro.
Nem tudo entanto
Que o arvoredo
Me faz suspirar.
Meu tempo é outro
Mas estou presente.
Sinto que o tempo
Traz coisas boas
Num breve lembrar.
12.12.1992
Decio Romano
Poema infantil
Quando a onça apareceu
A mata ficou parada
Nem o galho se mexeu.
A coruja arregalou-se
O macaco deu um grito
E a passarada voou.
O jacaré quando viu
Pulou na água parada
Sujou a água do rio.
Dona onça ficou braba
Deu a volta e foi embora
Assim a história acaba.
Decio Romano
Jotabém
Quando quero lhe encontrar
Subo ao céu e desço ao mar.
Sempre me atiro na estrada
Sempre à procura da amada
Por bom motivo deixada
Para depois ser buscada.
Sempre a encontro sorrindo
Sempre a encontro me ouvindo.
Quando quero lhe beijar
Encontro os véus na chegada
Um a um me seduzindo.
Decio Romano
13.01.2017
2º Lugar no VI Certame Internacional de Rima Jotabé, categoria poema em língua não espanhola.
Decio Romano é jornalista, pesquisador da poesia que ocorre em Curitiba, e há mais de quatro anos vem fotografando eventos e poetas. Prefere as luzes da noite que as luz do dia, mas defende uma vida natural e desapegada. Está trazendo à luz o sexto livro, uma coletânea com quarenta e oito poemas, intitulado Respostas dos Arcanos do Tarô. Outros títulos do autor são: Os Bosques Encantados de Vrindávana, 2002; A Lenda de Bédalo, 2009; Rua das Flores, 2010, Sayonara, contos, 2013, e Poema Voluntário, 2014.
Quanto abismo cai
E soterra os ais
E as vozes mais
Que diriam adeus.
Rolam com a terra
E sufoca o berro
Do próprio enterro
Sem dizer adeus.
E não volta mais
Não há tempo atrás
Nem haverá jamais
O derradeiro adeus.
Decio Romano
Tela de Dina de Souza - | Série: Divagando sobre o Éden XVII | Título: O APELO |
Bairro Alto da Glória
Todas as travessas
Levam para lá.
Meu canto encanto
Meu reencontro.
Nem tudo entanto
Que o arvoredo
Me faz suspirar.
Meu tempo é outro
Mas estou presente.
Sinto que o tempo
Traz coisas boas
Num breve lembrar.
12.12.1992
Decio Romano
Poema infantil
Quando a onça apareceu
A mata ficou parada
Nem o galho se mexeu.
A coruja arregalou-se
O macaco deu um grito
E a passarada voou.
O jacaré quando viu
Pulou na água parada
Sujou a água do rio.
Dona onça ficou braba
Deu a volta e foi embora
Assim a história acaba.
Decio Romano
Jotabém
Quando quero lhe encontrar
Subo ao céu e desço ao mar.
Sempre me atiro na estrada
Sempre à procura da amada
Por bom motivo deixada
Para depois ser buscada.
Sempre a encontro sorrindo
Sempre a encontro me ouvindo.
Quando quero lhe beijar
Encontro os véus na chegada
Um a um me seduzindo.
Decio Romano
13.01.2017
2º Lugar no VI Certame Internacional de Rima Jotabé, categoria poema em língua não espanhola.
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