Lançamento de Assédio das Águas de Luiz Walter Furtado





Assédio das águas foi escrito como um quebra-cabeças, onde o autor foi encaixando cada poema que surgia, embora deva ser lido na ordem em que os poemas foram colocados pois a intenção é contar uma história de amor, de perda e de melancolia.

No primeiro capítulo- Reino vegetal- os poemas tratam das plantas e sua humanidade. O corpo falante- segundo capítulo- trata do corpo e suas contradições, do absurdo oculto no dia a dia e das diferenças do mundo real para com o "mundo interior" que muitas vezes vivem realidades diversas.

A partir daí há Forças da natureza, um livro dentro do livro. O autor vai contar uma história de amor, de perda e de melancolia através das forças da natureza que nada mais representam do que as etapas do luto por todas as perdas ao longo da vida, um narcisismo melancólico que não tem outro olhar senão para os dilúvios e desertos instalados na alma pela desilusão.

Como diz a poeta Adriane Garcia em seu belíssimo posfácio: "A imagética de Assédio das águas instaura em suas páginas um apocalipse, um novo dilúvio que, na verdade, se dá como uma forma de crise pessoal da qual não se sabe se haverá redenção. A terra, elemento de secura, representará a inércia e ainda é o mito de Narciso, pois quando não há o lago, há o desejo do lago. O homem de Assédio das águas é premido pela falta. Um Sísifo de ruínas cujo “descanso” é caminhar, um Ícaro de frustração, aprisionado na incapacidade do voo; estar demasiado perto do chão nos faz assemelhar mais com vermes do que com pássaros."

"Quando areia/ se faz lago,/ em espelhos,/ a aridez da paisagem/ se desfaz"

Assédio das águas será lançado em Belo horizonte durante o Psiu poético no Centro de Referência da Juventude, Praça da Estação (Rui Barbosa) número 50, centro, BH, no dia 16 de março de 2018 às 19:00.


De Luiz Walter Furtado
Páginas Editora- Belo Horizonte
108 páginas
R$ 38.00

Luiz Walter Furtado tornou-se poeta em plena maturidade da vida e, por ser médico, é conhecedor "das sombras e das luzes do humano, da resistência e da efemeridade da vida", como bem disse a escritora Maria Valéria Rezende em seu prefácio para "Revelações", primeiro livro do poeta mineiro.

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