Maria do Rocio Vaz: Poemas do livro Escreva Maria


Nascente

Deste-me a lua
e, por instantes,
fizeste-me tua.
Deste-me a tua poesia
e, por instantes,
fizeste-me a tua Maria.
Deste-me o teu olhar
e, por instantes,
deixaste-me nua.
Encheste-me de gozo
e fizeste-me,
para sempre,
nascente de amor.

Maria do Rocio Vaz

Arte digital de Isabel Furini
Não é o poema

São os olhos
Que dizem
Eu te amo
São as mãos em laço
Que dizem
Eu te amo
São os dias
Que dizem
Eu te amo
São as noites
Que dizem
Eu te amo

Não é o poema
Que diz
Eu te amo

Maria do Rocio Vaz



Silêncio

O meu silêncio
é o gemido que não se confessa,
é o grito que não ressoa.
É a palavra que não se traduz,
é a voz sufocada nas entranhas.
É o som que não se faz viver,
é a espera que não viu a luz do dia!
O meu silêncio
é o luto velado,
inquieto,
de uma fala emudecida...

Maria do Rocio Vaz

Poetisa Rocio Vaz - Foto de Decio Romano
Maria do Rocio Vaz nasceu em Curitiba. É formada em Comunicação Social, pela Universidade Federal do Paraná. Participou de várias coletâneas literárias, é membro do Centro de Letras do Paraná. Em expressões poéticas, traduz seus olhares profundos sobre o amor, a dor, a vida e a alma feminina.  Uma seiva guardada nas veias de poeta transborda, ora como orvalho, ora como lágrimas, em seus versos. Por meio de sua poesia cede a voz à emoção rompendo silêncios e escrevendo histórias. “Escreva, Maria!” é um relato da alma, onde as palavras brincam de fazer sentir.

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