TROVAS DE JERSON LIMA DE BRITO
A velha roupa da infância
o tempo levou embora;
dela, em vão, busco a fragrância
na que estou vestindo agora.
Sequioso, o tempo suga
nossos traços juvenis,
mas nunca desenha ruga
em almas primaveris.
*
Para aumentar agonias,
a lua minguante ri
e aviva fotografias
das noites juntinho a ti.
*
Nenhum algoz ameaça,
nenhuma espada perfura
quem faz da fé a couraça,
a vestimenta segura.
*
Quem na soberba se esteia
não tem firme fundamentos:
constrói castelos de areia
sem acreditar nos ventos.
*
Ao sentir o desamor
da vida, em gritos brutais,
o jovem mede o valor
da voz zelosa dos pais.
*
Não teme trilhas escuras
aquele que em Deus confia;
a luz vinda das alturas
faz da noite um belo dia!
*
Se os planos derem errado,
da fé façamos um lume!
Os campeões têm tentado
bem mais do que se presume.
*
Qualquer centelha de senso
que tocar a humanidade
pode acender - assim penso -
a luz da fraternidade.
*
A pequenez aparente
engana o desavisado.
Em quatro versos, somente,
a trova dá seu recado.
Jerson Lima de Brito é natural de Porto Velho/RO, onde reside. Graduado em Administração e Direito, é servidor público federal. Apreciador de poesia, tem como modalidades favoritas cordel, soneto e trova. Conquistou o Primeiro Lugar no XI Jogos Florais de Juiz de Fora - 2018. Atualmente é Delegado da União Brasileira de Trovadores - UBT em sua cidade.
Isabel, muito obrigado pelo convite e pelo espaço concedido. Grande e fraternal abraço!
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