Entrevista com o escritor Adam Mattos

 

 Nosso entrevistado é  Adam Mattos. Ele é advogado, escritor, poeta e editor. Acadêmico de Letras e pós graduando em Ciências Humanas. Além de ter cursos de especialização em Shakespeare e em estudos islâmicos(Harvard e Universidade de Tel Aviv). Nasceu em Londrina, mas mora há muitos anos em Curitiba, é casado e tem um filho de 8 meses.
É editor do coletivo literário: “Maldohorror” e editor/co-fundador do Corvo Literário(corvoliterario.com). Já publicou dois livros e participou de inúmeras antologias de diversas editoras.
É militante em prol da propagação da literatura de forma democrática e livre no mundo líquido(pós-moderno).
“A liberdade só existe de forma plena, com igualdade de oportunidades”

 

Adam Mattos



1) Quando começou a escrever poesia?
R: comecei a escrever poesia muito cedo, acredito que com uns 18 anos. Mas nunca mostrei à ninguém, e hoje fico feliz por isso. Evolui muito depois disso. Não estou dizendo que qualquer pessoa de 18 anos não deva divulgar seus textos, muito pelo contrário, no Corvo Literario temos uma poetisa de 18 anos, a Maria Eduarda Moraes Amadeu, que é maravilhosa. Sem duvidas muito melhor do que o Adam de 18 anos.
 
2) Fale dos autores que influenciaram o seu estilo.
R: O principal é sem duvidas, Cruz e Souza. Mas também me influenciaram: Pessoa, com seu pessimismo, Gregório de Matos com suas sátiras, Bukowski com sua crueza e porque não, podridão da alma; Hilda Hilst, com sua falta de pudores e beleza nas palavras. E todos os outros poetas e poetizas que li no decorrer da minha vida. Acredito que qualquer leitura influência de alguma maneira.
 
‎3) Que lugar ocupa a Poesia na sua vida?
R: ocupa um lugar diário. Eu escrevo ou leio poesias quase todos os dias da minha vida.
 
4. Fale sobre os seus melhores poemas. (Conte se são os mais antigos ou os mais novos, por que os considera os melhores: foram premiados? Um amigo elogiou esses poemas? Você os considera os melhores porque gosta deles?
R: um deles, “Infância” foi finalista do prêmio Strix de 2019. Ou outros foram escolhidos por mim. Todos eles mais recentes, e os escolhi por achá-los mais relevantes. Não são necessariamente os meus preferidos, mas com certeza os que mais agradam os leitores.
 
5) Qual é a sua expectativa quando publica um livro?
Sinceramente, me tornar relevante no mundo literário. Não almejo ganhar dinheiro com isso. Claro que seria um bônus muito bem vindo. Mas quero ser lembrado como um grande poeta e escritor, mesmo que depois de morto. Posso dizer, em outras palavras, que pretendo deixar um legado.
 
6) Tem algum ritual para escrever, como ouvir música, tomar um café ou algum outro?
R: Nenhum ritual. Escrevo em qualquer lugar e em qualquer plataforma. Seja computador, celular ou caderno.
 
7) Como é seu processo criativo? Para escrever um poema, por exemplo, você parte de uma palavra? De uma imagem? De uma vivência? De acontecimentos?
R: Eu não espero vir uma inspiração. Mesmo que de vez em quando aconteça, eu acho que o ato de escrever é um trabalho árduo e cansativo. Geralmente penso em um tema e parto daí.
 
8) Na sua opinião a internet incentiva a leitura de livros ou prejudica?
R: O mundo pós moderno vai acabar com os livros físicos, relegando-os à colecionadores apenas. O futuro é digital e temos que nos adaptar a isso. Aos autores saudosistas que se limitarem à esse tipo de publicação não serão lidos. Mas os que se adaptarem, é porque não, evoluírem, a internet ajudará muito.
 
9º) Você acha que o poeta nasce ou ele se faz?
R: Acho que as duas afirmações são verdadeiras. Certamente existem poetas que nascem com um dom. Mas acredito também que com muito trabalho e estudo ele pode se fazer poeta.
 
10) Fale um pouco de seus planos para o próximo ano.
R: Quero publicar pelo menos mais um livro, dessa vez, um romance que encerrará a trilogia da natureza humana iniciado com “Alma em pedaços” disponível na Amazon e no site da editora Viseu. E consolidar o Corvo Literario como referência em literatura democrática. E vou continuar sempre militando em favor dos escritores receberem pagamentos justos das editoras, ou acabar com elas.
 

 Entrevista realizada por Isabel Furini

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