Kim Molinero: Tristemente Infâncias

Infâncias voláteis
de eiras sem beiras
em esconso buraco
de terras inférteis
jorna parca e maleitas
labuta a carne cavaco!

Arreia o chibo canastra
no levante se esgota
o temor de ser ninguém
na miséria que se arrasta
na manja de míngua bolota
serás sempre um zé ninguém!

De sol a sol se labuta
em jorna de naco mingau
alongada na ceifada agreste
um caneco de briol puta
põe maioral com cara de pau
tens que ser um duro cipreste!

Arrear calhau sem eira
levar chibata no couro nú
faz tremer e muito sofrer
dá ganas sem peneiras
pontapear caseiro no cú
debandar louco a correr!

Ao tempo de nossos pais
árduamente roçando campo
vilanezas dessa esforça
era rotina cada dia mais
faziam género, iam matando
aos que desistiam na roça!

Kim Molinero

(Ser Artista Plástico por Paixão à Arte!)
Nasceu em Alcântara, Lisboa, Portugal em 1954.
Sua actividade Profissional foi sempre nas áreas Financeira e Imobiliária, como Economista.
É um autodidacta de artes plásticas e visuais. Foi Jornalista nos Jornais "A Capital", "Luta Popular", "Jornal do Oeste" e "Sempre Pronto". Escreve poesia e faz fotografia.
Em 1970 começou a pintar aguarelas. Em 1993 recomeça esporádicamente a pintar em óleo e acrílico quadros que foi oferecendo.
Em 2005 depois de algumas criações em aguarela, pastel, acrílico e óleo e por pressão e encomendas dos seus amigos recomeçou com a força de uma maturidade de ideias.
Hoje, procura o reencontro com as essências da vida, da cor, das emoções e o carinho dos que o incentivam, espelhando no traço e na paleta a sua mensagem e o seu saber como sublime expressão de partilha e emoção.
Iniciou recentemente a Pintura em Azulejo. Faz Escultura.

Comentários