Entrevistado: Paulo Tadeu, Stand Up para Crianças

Talvez o leitor ainda não tenha escutado falar de Stand up para crianças. Pois bem, o editor e escritor Paulo Tadeu tem o dom de divertir as crianças. Ele publicou pela Matrix Editora os livros “Conta Outra”e “Proibido para Maiores”, entre outros, e em 2014, passou de escritor de humor à comediante. Ele iniciou um trabalho novo no Brasil, o primeiro Stand-up para crianças. A característica do Stand up é só um comediante divertindo o público, ou seja, é um monólogo de humor.

Entrevistamos Paulo Tadeu para saber mais desse excelente e inovador trabalho que ele realiza.


Paulo, quanto dura seu espetáculo e como você faz para manter o interesse das crianças?

São 45 minutos de diversão. Mantenho o interesse dela falando de temas do universo infantil – bichos de estimação, escola, amizades, cinema e comida, entre outros.


A partir de que idade é recomendável o espetáculo?
Acho que a criança a partir de 6 anos consegue aproveitar melhor o espetáculo porque conseguem captar melhor a lógica do humor, um duplo sentido de uma palavra, essas coisas. Não que uma criança menor não possa se divertir, depende do que os pais pensam também sobre isso.

Stand up não usa esse recursos típicos do teatro. Como reage o público?
A reação é a melhor possível: com risadas. Creio que seja a melhor resposta que eu possa ter. Eu também não apareci do nada para fazer esse espetáculo. Ele acabou sendo uma evolução natural do meu trabalho. Primeiro foram os livros, depois os convites para conversas com as crianças nas escolas (quando eu contava também umas piadas), uma primeira apresentação no Risadaria (Festival de humor em São Paulo), até que a ideia de fazer um roteiro, de organizar em forma de stand up clássico apareceu. Mas aí eu já sabia que podia dar muito certo, como vem dando.

O problema quando o trabalho é dedicado ao público infantil não é só agradar os pequenos, é preciso também agradar aos pais. Qual é a reação dos adultos que acompanham as crianças?

Sim, os pais precisam se encantar. E quanto a isso sei que o sucesso também se deve às risadas que os adultos dão. Eles se divertem muito.


Paulo, você como escritor de livros dedicados ao público infantil tem experiência nesse difícil trabalho que é divertir. No mundo de hoje, no qual uma criança de 2 ou 3 anos já consegue usar celular, mexer no computador, usar tablet, o Stund up é uma boa opção, mas se esse espetáculo fosse para crianças dos anos 70 ou 80, houvesse tido êxito?

Tenho certeza que sim. O humor sempre fez parte do universo das crianças. Ela estão sempre rindo, adoram piadas. Creio que se fosse há 40 anos a única diferença seria em relação ao nome do espetáculo. “Stand up” era um termo relativamente novo no Brasil ou, pelo menos, desconhecido da maioria da população.

Na década de 60, Stand-up estava na moda entre boêmios e intelectuais.   Quais são as novas ferramentas empregadas?

A internet e as redes sociais. Fica mais fácil pesquisar outros comediantes, ao mesmo tempo em que fica mais fácil aparecer e divulgar o trabalho. Ganha-se em visibilidade, mas perde-se espaço, na medida em que há mais gente concorrendo.

Vamos falar dos espetáculos já realizados. Tem alguma anedota ou acontecimento interessante relacionado com suas apresentações?

Gosto sempre de um trecho do espetáculo, quando eu falo que tenho uma vizinha que é bruxa e pergunto às crianças qual delas conhece uma bruxa de verdade. As respostas são as mais divertidas possíveis. Elas dizem que é mãe, a tia, a professora. O teatro vem abaixo nessa hora.
Poderia falar três razões para os pais incentivarem seus filhos para assistir Stand up?

Acho que vale a pena pelo ineditismo da proposta. É ir para um lugar onde se vai rir por 45 minutos consecutivos. Qual o adulto que não gosta de ver o filho rindo?


Onde você realiza esse espetáculo? E quando e onde será o próximo (ou próximos)?
Estou em temporada  no Teatro Amil, em Campinas, todos os sábados de janeiro, às 18h30. Ainda estou negociando outras apresentações, já que minha agenda é apertada, uma vez que sou proprietário de uma editora – o que me consome a semana – e ainda quero arranjar tempo para fazer minhas próprias obras. Já são 73, entre livros para adultos e crianças. Mas sempre dou um jeito de encaixar alguma coisa a mais.

Entrevista realizada por Isabel Furini

Comentários

  1. A revista é muito interessante pois possibilita uma divulgação ampla do escritor ou poeta e sua obra.

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