Márcia Széliga e Claudia de Lara: O Mundo dos Sonhos de Carlos Zemek


O MUNDO DOS SONHOS DE CARLOS ZEMEK
Por Márcia Széliga

O quadro O Guardião da Caverna de Carlos Zemek participou
de exposições em Lisboa - Portugal



Quando se ouve falar em arte mística, geralmente o termo remete a um mundo que muitos hão de julgar como fantasioso, da representação de espectros, ou seres de outras dimensões e até mesmo baseada em conceitos religiosos. Porém, a arte mística de Carlos Zemek me inspira a dizer que a percepção sensível da Vida vai além da imaginação, além da matéria, além de conceitos e crenças.

Uma arte que retrata em suas cores, formas da natureza e do universo a Totalidade na qual estamos todos inseridos. O Todo do qual somos parte e que a Ele nos fundimos, sentindo-o interiormente. Na fluidez das pinceladas desmancha-se a matéria densa que evoca símbolos do universo arquetípico de todo ser humano, dando acesso à Grande Biblioteca Cósmica.

Se as pinturas ocupam o lugar dos sonhos, este se torna tão real num espaço sagrado de Luz, Cor, Energia, Fluído, tão possível de tocar quanto a realidade que vivemos no cotidiano. Afinal se olhamos do patamar da realidade para o sonho interpretando-o irreal, das planícies do sonho podemos também dizer das ilusões criadas, vividas e concretizadas na realidade, deixando uma linha muito tênue, quase invisível e frágil que separa essas fronteiras.

Assim é viver, desvendar o que está por detrás do véu quenos cobre o olhar denso, submerso na rotina, e abrir amplamente nossas retinas pata enxergarem mais além. Rumo ao desconhecido, num estado de expansão de consciência, a fantástica e magia Mente inteligente que tudo cria que também está dentro de cada um de nós, e que cabe a nós a capacidade de sermos instrumentos de comunicação através dos meios de expressão aos quais temos acesso, à transmitir a Sábia Mensagem de Amor e de Luz.

Márcia Széliga


Quadro o Mundo do Sonhos de Carlos Zemek

Fayga Ostrower em Universos da Arte, fala em três correntes estilísticas, que ela nomeia como “três atitudes básicas”. Seriam o Naturalismo, o Idealismo e o Expressionismo. Não são excludentes, e, por vezes, até se interpenetram no estilo de uma época ou na obra de um artista.
Dentro de uma vertente expressionista é como vejo a obra de Carlos Zemek. Sua poética é a pintura e sua temática são seus sonhos, estudos de astronomia e conhecimento de lendas, filosofia celta e culturas e religiões antigas Por isso não o consideramos surrealista ou dentro do gênero da arte fantástica, pois sua obra é a representação de uma compreensão de uma experiência real.

Claudia de Lara

Quadro Formas da Vida de Carlos Zemek



Márcia Széliga: Nasceu em 1963, em Ponta Grossa, PR, e mora em Curitiba. Em 1984 formou-se pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná e desde 1981 vem realizando diversas exposições entre coletivas e individuais no Brasil e Exterior. Em 1989,  realizou Especialização em Desenho Animado na Academia de Belas Artes de Cracóvia, Polônia. Na Polônia e na França realizou duas importantes exposições individuais: Galeria Forum de Cracóvia e Maison Internationale de la Cité Universitaire, Paris.  Voltou ao Brasil em 1992, dedica-se a ilustrar livros infanto-juvenis, até hoje ilustrou mais de 100 livros. 



Claudia de Lara, artista curitibana, formou-se em Artes Plásticas na Faculdade de Artes do Paraná e é pós-graduada em História da Arte do SéculoXX e Contemporânea pela Embap. Entre as exposições destacam-se: Situações Contemporâneas, no Espaço Cultural BRDE, Slow-Motion, no Solar do Rosário Espaço de Arte, Retalhos que Pertencem, no MAC de Cascavel e na Secretaria da Cultura do Estado do Paraná, em Curitiba e Expressões Contemporâneas, na Galeria Romero Britto em São Paulo. Foi premiada em Salões e Mostras no Paraná e São Paulo. No exterior participou de exposições coletivas na Argentina, Espanha, Viena, Praga e Canadá.






Carlos Zemek, é membro da ACCUR, recebeu Brasão das Artes e o Prêmio Master da UNAP (União Nacional de Artistas Plásticos), e Certificado de Mérito Artístico do Instituto Memória, em Curitiba/PR.  Já participou de exposições no Brasil, Buenos Aires (Argentina), Patagônia (Argentina), Lisboa (Portugal) e Coimbra (Portugal).
Em Curitiba foi curador em exposições no MASAC (Museu de Arte Sacra da Arquidiocese de Curitiba), Biblioteca Pública do Paraná, Instituto Cervantes de Curitiba, Solar do Rosário, e no Museu Histórico de Campo Largo, PR.

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