Oscar 2016: Racismo contra os negros ou contra os brancos???

Cartaz divulgação


O Oscar 2016 poderá ser lembrado como o Oscar do ano dos cabelos loiros. Entre os 20  indicados ao Oscar na categoria Atuação: atrizes e atores (principais e coadjuvantes), todos são de raça branca. As críticas não se fizeram esperar, foram deixado de lado atuações excelentes de talentosos atores negros. Lamentavelmente.

A atriz Charlotte Rampling, indicada ao Oscar pelo filme "45 anos",  falou em uma entrevista do boicote que alguns artistas afrodescendentes farão ao Oscar dizendo que é "racismo contra brancos".

Acontece que Will Smith, Spike Lee, Snoop Dogg e Jada Pinkett-Smith anunciaram que não participarão da premiação do Oscar 2016. Receberam apoio de Idris Elba, Lupita Nyong’o e  Mark Ruffalo, George Clooney e até da loiríssima Reese Witherspoon, pois acharam injusta a ausência de bons atores negros na lista dos indicados ao Oscar.
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Charlotte Rampling em entrevista disse "talvez os atores negros não merecessem estar na lista final". Talvez o melhor para  Charlotte seja dedicar-se à atuação e evitar dar entrevistas. Especialmente quando seus comentários mostram falta de informação. Alguns atores negros mereciam estar na lista dos indicados ao Oscar. Por exemplo: Pessoas de todas as raças lamentaram a ausência do excelente Michael B. Jordan na lista do Oscar.

A verdade é que Charlotte Rampling perdeu a oportunidade de dizer algo inteligente ou de fazer silêncio.  Alguns até lembraram daquela frase famosa do antigo  programa Sai de Baixo: Cala a boca, Magda! Parafraseando falaram: Cala a boca, Charlotte!

E é verdade que todos os seres humanos falamos besteiras algumas vezes, geralmente quando estamos nervosos, cansados, irritados... mas em uma entrevista, em um momento tão delicado como a escolha do Oscar 2016,  fazer essas afirmações mostrou a falta sensibilidade de Charlotte. Uma atriz talentosa, mas incapaz de falar com coerência. Uma pena!

Isabel Furini é escritora

Comentários

  1. A oportunidade de ficar calada é mais fácil ao publicar um texto do que em ua entrevista. Qual o percentual de negros na indústria do cinema americano? Aliás, qual o percentual de negros no total da população? Há 3 anos, quando 3 negros foram indicados a categorias de atores (uma venceu), fora indicação a diretor e prêmio para melhor filme, esta proporcionalidade foi “respeitada”? Por quê a polêmica só com atores? Qual é a proporção de brancos/negros indicados nas demais categorias? Nesta “lógica”, deve-se calcular também as proporções “devidas” a latinos, asiáticos, índios... A questão é e sempre será de mérito!

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  2. Mérito só se pode discutir quando as condições de disputa são iguais entre as mais diversas etnias raciais. Seria a arte de interpretar um atributo somente dos atores e atrizes de pele branca? Os Negros e descendentes das demais etnias seriam desprovidos da capacidade de interpretar bem? Acredito que não porque o talento não escolhe cor nem classe social. Se o fato fosse irrelevante o Presidente dos Eua, Barack Obama, manifestaria-se sobre o caso? Creio que não. Este fato observado no Oscar 2016 reflete o que acontece na Sociedade americana, que é imensa marginalização dos negros. É óbvio que a indústria cinematográfica sempre teve por paradigma a beleza branca. É lamentável este tipo de comportamento nos dias de hoje. Querer discutir mérito em condições desiguais é sofismar sobre o assunto.

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  3. Entāo Vamos criar cotas: para negros, latinos, aasiáticos, nativos americanos, etc. E para as mulheres de todas estas etnias e brancas também, sempre discriminadas nos Oscars de direção e outras categorias. Assim os homens brancos serão reduzidos à sua real significância!

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    1. Fernando Coelho... pelo sobrenome é latino. Voce não seria considerado branco nos Estados Unidos. Com certeza se beneficiaria de qualquer oportunidade que seja outorgada aos latinos.

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  4. Se as cotas colocassem todas as etnias em condições de igualdade na competição em todas as áreas, poderia ser a solução. Caso contrário, talvez fosse necessário governos e políticas que produzissem uma sociedade mais sadia, mais humana e que propiciasse iguais condições para todas as pessoas, independente da etnia ou cor da pele. O histórico de racismo nos EUA é evidente. Há 48 anos, tempo menor que a idade do presidente Obama, os racista mataram Martin Luther King. A luta dele era justamente por igualdade. Ninguém é melhor ou pior por causa da cor da pele. É preciso ter a mente aberta para aceitar tal afirmação. Não é só no cinema que os negros americanos tem condições desiguais de competição, mas em todas as áreas. Mesmo no esporte onde se destacam, a presença de negros nos grandes esportes populares é recente, talvez uns cinquenta anos.O branco não é melhor nem pior que o negro, o asiático ou os latinos, dos quais você faz parte, é igual. O que difere são as condições de competição.

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