Futari - Dois Artistas: Masanori Fukushima e Celso Setogutte



Futari - Dois Artistas

Masanori Fukushima (pintura) e Celso Setogutte (cerâmica)

Local: MAN - Medicina Nuclear e Genética
Al. Augusto Stellfeld, 1727
Segunda à sexta 08h às 18h | Sábado 08 às 12h

Abertura: 11 de maio, às 19h
Exposição fica aberta até 10 de junho
Entrada Franca



Masanori Fukushima

Assim que conheci Masanori Fukushima, em um curso no Museu Alfredo Andersen na segunda metade dos anos de 1990, percebi que aquela pessoa inquieta tinha uma vida inteira de conhecimentos e trabalho anterior, e uma curiosidade inesgotável, que abria seu futuro para sempre novas experiências e conhecimento. Logo era eu quem estava aprendendo com ele em um curso de caligrafia japonesa que ministrou no mesmo Museu Alfredo Andersen.

O Masa rapidamente se tornou uma figura querida, parte do circuito artístico e cultural de Curitiba, sempre circulando com um sorriso no rosto e seu caderno de anotações à mão. Em pouco tempo passou dos estudos da chamada arte contemporânea ocidental, que buscava acrescentar ao seu grande conhecimento da cultura oriental, a uma produção intensa com que, como não poderia deixar de ser, acabou procurando fundir esses dois mundos. Masa mergulhou em uma produção de pinturas que mantém muitas características da arte tradicional japonesa, com seu entendimento do movimento vivo do gesto como registro irrepetível, de situações sempre novas, justaposto a certa tradição abstracionista ocidental.

Nas pinturas desta exposição podemos ver a confluência desses dois mundos em que seu gesto cheio de conhecimento funciona como um registro de momentos ou fluxos sempre presentes, pois não se fixa nunca a vida. Imagens de fluxos e movimentos que são ao mesmo tempo letra e imagem, suspensos em um campo de cor e espaço de outra natureza. Um espaço típico da pintura abstrata ocidental, em que as idéias e movimentos são anotações desses fatos já ocorridos e que são mostrados pelo artista que fala de suas experiências. Essa mistura de uma caligrafia que nunca estaciona, nunca é congelada, mas sempre remete ao registro de uma ação em andamento, com um espaço destinado à inscrição de uma narrativa passada, já ocorrida e trazida para nós pelo esforço e memória do artista, é a contribuição de Masanori Fukushima a nosso circuito artístico.

Geraldo Leão, Curitiba, 9 de maio de 2016





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