Dylan e o Nobel - por Hélio Puglielli

Não é de hoje que a concessão do Prêmio Nobel de literatura gera polêmica.
Afinal, não foram premiados escritores como Marcel Proust, James Joyce, Vladimir Nabokov, Franz Kafka, Jorge Luis Borges, Julio Cortázar, para não falar em Tolstói, Zola e Ibsen.

Em compensação, escritores obscuros, só conhecidos em seus próprios países, receberam a láurea. Caso do norueguês Bjørnstjerne Bjørnson, dos alemães Rudolf Eucken,  Paul Johann Ludwig von Heyse, do dinamarques Henrik Pontoppidan, do suíço Carl Spitteler, do polonês Władysław Reymont, do sueco  Erik Axel Karlfeldt, para só citar alguns dos premiados até a interrupção acarretada pela Segunda Guerra Mundial. Nomes assim desapareceram da história da literatura mundial.

Na segunda metade do século XX e nos 16 anos do século atual, outras escolhas foram ditadas não por critérios rigorosamente literários, mas por injunções de ordem política ou estratégica.
Essa trajetória vem culminar, agora, com a concessão do prêmio a um astro do rock, genial, mas que não é propriamente um escritor, em sentido “strictu sensu”.

Quem é favorável ao alargamento do conceito aplaudiu não só Bob Dylan, mas o próprio critério de escolha. Aguardemos se, nos próximos anos, outros “escritores” “latu sensu” serão premiados...


Hélio de Freitas Puglielli  então estudante universitário, recebeu, em 1960, o Prêmio Bernardo Sayão, de crítica, no Concurso Nacional de Literatura promovido pelo MEC/CAPES e revista "O Cruzeiro". Publicou contos e poesias em coletâneas e, na década de 90 enfeixou em livro artigos literários publicados na "Gazeta do Povo" e outros jornais: "Para Compreender o Paraná", editado pela Secretaria estadual da Cultura. Também pela Secretaria, com o estímulo de Regina Benitez", foi publicado o poema "O Ser de Parmênides Chama-se Brahma", ambos na gestão de René Dotti. Dirigiu o Teatro Guaíra (1971/73) e o Setor de Ciência Humanas, Letras e Artes da Universidade Federal do Paraná (1980/83).

Comentários

  1. "Não é de hoje que a concessão do Prêmio Nobel de literatura gera polêmica."

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  2. Dizer mais o que? Nem Bob Dylan aprovaria tanta polêmica. O brilhante escritor Hélio de Freitas Puglielli expressa em poucas linhas o que o mundo devia saber.

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