Katia Velo: A Arte como forma de valorizar o ser humano


A ARTE COMO FORMA DE VALORIZAR O SER HUMANO
Tudo tem seu valor, até mesmo o lixo.

A Arte é uma disciplina que naturalmente  possui um viés com várias disciplinas. Embora para muitos alunos (e pais) a disciplina de Arte seja algo distante e sem tanto significado; a Arte está intrinsecamente ligada a nós. Desde os mais primórdios tempos, temos por necessidade de demonstrar nossos pensamentos, sentimentos e emoções e o fazemos por meio da música, dança, desenho entre outros. A Arte está relacionada a tudo que nos rodeia. E é neste ambiente que busco a conscientização e a valorização da disciplina que inevitavelmente levará o aluno a compreender melhor o meio em que vive e a si mesmo. Os caminhos são vários, citarei um, o documentário "Lixo Extraordinário".  Afinal, trabalhadores cujo ambiente seja o lixo podem compreender qual o sentido da Arte?

Trabalho realizado pela professora Katia Velo com os alunos da escola Evolutiva.

A EDUCAÇÃO COMO PRIORIDADE
A Arte não é algo apenas a ser ensinado e sim a ser aprendido, apreendido e difundido, pois está sempre em permanente mudança e com a atual globalização, torna-se ainda mais fundamental o papel do professor como colaborador e mediador para que as informações sejam as melhores e as mais produtivas. Já com relação a habilidade do fazer artístico, isto ocorre da mesma forma que o conceito de inteligência que são múltiplas. E, todo fazer artístico, em suas diversas linguagens, deve ser incentivado e valorizado. O trabalho com Arte, que em si mesma é tão complexa, nos oferece múltiplas possibilidades ou caminhos. Trabalhar com o sensível é ir além do olhar, é o perceber-se, é interiorizar-se, é a essência. O ensino de Arte nas escolas, com qualidade, comprometimento e seriedade, resultará em indivíduos mais seguros e independentes. A Arte possibilita conhecimento do meio e de si mesmo e também a valorização, resgate da autoestima.

A ARTE RESGATANDO VIDAS
O  documentário “Lixo Extraordinário” retrata o difícil cotidiano dos catadores de lixo do Jardim Gramacho (RJ) pelo olhar do artista plástico Vik Muniz. O artista plástico hoje é reconhecido mundialmente, mas  teve uma infância podre em São Paulo. Neste documentário, o envolvimento de Vik com os catadores, que inicialmente iriam apenas ajudá-lo na confecção das obras, vai se tornando cada vez mais estreito e forte. Conhecer a história destas pessoas que estão invisíveis em nossa sociedade é um ponto forte do filme. Um exemplo ocorre quando uma das catadoras é fotografada e começa a chorar, pois nunca tinham tirado uma foto dela. Outro momento especial do filme é o surgimento do interesse destes trabalhadores que começam a despertar para a Art e não querem trabalhar como antes. O conflito de Vik Muniz entre o que pode e deve fazer para ajudá-los é um pontos mais conflitantes deste documentário. Em tempos em que a vida parece não valer nada, percebemos que tudo tem relevância em nossas vidas, inclusive o lixo que  pode ter um preço incalculável.

Katia Velo



KATIA VELO é especialista em História da Arte Moderna e Contemporânea - Escola de Música e Belas Artes do Paraná (2007). Bacharel e Licenciada em Letras – Faculdade Anhembi/Morumbi – São Paulo / SP (1991)- MEC 182.765 – Português e Inglês e suas Literaturas.  Atua como professora de Arte,  colunista e consultora cultural, curadora, artista plástica, fotógrafa, ensaísta, fotógrafa e palestrante. Possui em seu currículo, mais de 15 exposições individuais e mais de 100 coletivas (nacionais e internacionais), além de participações em Salões de Arte.  Por sua atuação tem recebido homenagens e prêmios em São Paulo e no Paraná.

www.katiavelo.com.br


Comentários