Katia Velo: Modigliani e Picasso - Rivalidade e Genialidade

SIMPLESMENTE AMOR

Pode parecer romântico demais, mas o mundo precisa de Arte. Podemos viver, comer, dormir, trabalhar, enfim podemos fazer tudo sem amor, mas seríamos como máquinas, frias e mecânicas. No campo da Arte, o amor é o que move todas as linguagens artísticas: a música, o cinema, o teatro, as artes plásticas, a fotografia, a dança. Poderão dizer, não é o amor, e sim o medo, ou o ódio, a vingança, mas, todos estes sentimentos, na verdade, são uma forma distorcida de amor.
Amadeu Modigliani - Foto da Wikimedia Commons
Domínio Público


AMADEO MODIGLIANI
Amadeo Modigliani (1884-1920), pintor, judeu, italiano da cidade de Livorno, embora tivesse estudado em alguns ateliês e Escolas de Arte  desenvolveu um estilo próprio, não pertencendo a nenhuma classe artística da época.  No início do século XX mudou-se para Montmartre, França,  onde conheceu alguns artistas de quem se tornou amigo como Pablo Picasso, Max Jacob, André Salmon, Leopold Zborovski, Derain, André Derain, Jean Cocteau, Maurice Utrillo, entre outros. Em suas pinturas, podemos destacar algumas características como a deformação do corpo, geralmente com pescoços alongados, o rosto em formato oval, o uso do vermelho e o amarelo, as expressões dos rostos geralmente eram melancólicas e tristes.

Escultura de Modigliani



RIVALIDADE ENTRE MODIGLIANI E PICASSO

Amadeo Modigliani e Pablo Picasso passaram dificuldades vivendo em cortiços em Montmartre aos arredores de Paris.  Picasso teve mais sorte, encontrou uma boa marchand e começou a ser conhecido. Picasso fazia sucesso, mas Modigliani era atraente, bonito e sedutor. Suas brigas com Picasso ficavam cada vez mais notórias, principalmente depois da sua participação em um concurso local, onde consegue ganhar de Picasso. Embora ambos nutrissem uma grande admiração mútua, eram extremamente diferentes. Picasso era perverso e fazia questão de humilhar Modigliani. Ambos frequentavam o mesmo bar e as brigas eram presenciadas pelos frequentadores. Picasso provocara todos os artistas que ele achava que poderia colocar a sua trajetória artística em risco, portanto, levava seus desafetos à loucura. Pablo era egocêntrico, devastava os corações femininos, tornou-se milionário, fazia de sua vida um acontecimento. Era tão orgulhoso que no final de sua vida recusava-se a ver seus filhos, pois ao vê-los perceberia o quanto havia envelhecido.  Modigliani pinta, em 1915, um retrato de Picasso. Em certo encontro, Modigliani perguntou a Picasso “Como se faz amor com um cubo”, ironizando sobre seu estilo que viria a ser conhecido como Cubista. Picasso também fez um retrato de Modigliani e dizem que no seu leito de morte ele teria dito “Modigliani”.

Pintura de Modigliani






















Pintura de Modigliani

SEU GRANDE AMOR JEANNE

Modigliani era apaixonado pelas mulheres, pela vida, por sua Arte. Vivia como se o amanhã não existisse, sempre se excedendo na bebida, cigarro, drogas, como o ópio. Conhece Jeanne Hébuterne que na ocasião tinha 17 anos. Logo vão morar juntos e as dificuldades pela diferença religiosa, ele judeu, ela católica, da diferença de idade e da precariedade como viviam trouxe ao casal momentos de extrema dificuldade. Porém, o amor entre eles torna-se cada vez mais intenso. Na infância Modigliani teve tifo e tuberculose que foram mal curados. Como consequência, na fase adulta devido ao seu estilo de vida, deixaram-no com saúde muito frágil. Modigliani é assaltado, pois dissera que tinha um tesouro, mas o tesouro era apenas uma Certidão de Casamento com Jeanne que estava em seu bolso. Os ladrões não acreditavam nele e o surraram quase o matando, foi levado ao hospital onde veio a falecer. Jeanne estava grávida de 9 meses do segundo filho de Modigliani. Modi, como era conhecido entre os amigos, morreu aos 35 anos. Foi sepultado no famoso Cemitério do Père-Lachaise, em Paris. Ao receber a notícia, Jeanne com apenas 21 anos se atira pela janela do quinto andar do apartamento onde viviam. Ela não suportava imaginar sua vida sem seu Modi.  “Quando conhecer sua alma, pintarei seus olhos” disse Modigliani a sua musa.


Katia Velo:

Comentários

  1. Que loucura. Assisti ontem o filme "Modigliani - A paixão pela vida", e posso afirmar: ele era incrível, mas irresponsável. Fico assustado com o amor de Jeanne, a princípio o romance não foi recíproco, já que "Modi" não se importava muito com ela, estava mais preocupado lidando com a própria vida. Julgar? Não julgo. Mas não vejo nada romântico se suicidar com um bebê na barriga e deixar outro no mundo. O que me admira é essa rivalidade com Picasso, no filme mostramos dois brigando, mas em alguns momentos os dois fazem "as pazes" e pequenos segundos de amizade. No geral, eu amei as obras dele, de verdade. Acho que é isso. Me lembra muito o modernismo brasileiro.

    ResponderExcluir

Postar um comentário