Katia Velo: Educar é preciso!



Esta frase comparada a de Camões “Navegar é preciso, viver não é preciso”, leva-nos a refletir sobre o significado de descobrir novos horizontes no caminho da educação. Navegar é preciso, mesmo sem saber ao certo onde se pode chegar. Viver não é preciso, não há como traçarmos metas e rotas, sem desvios. Portanto, educar, de fato, é preciso, pois este desejo incessante de aventura em descobrir novos horizontes é inerente ao ser humano. Talvez, seja um desejo inconsciente, um desejo de preservar-se. É preciso cautela, pois não há regra, uma “precisão” de como fazer isto. Há um provérbio chinês que diz “O grande mestre é aquele que é superado pelo seu discípulo”.

Na verdade, não há uma divisão tão clara entre quem aprende e quem ensina. Existe um processo permanente de aprendizagem. O que é essencial para ser ensinado, conteúdos específicos… Ou deve-se cooperar para que o aluno tenha um processo de construção de identidade para que ele possa conquistar primeiramente os anseios pessoais, depois, os sociais e posteriormente os profissionais através de realizações produtivas. Num mundo bombardeado de informações, uma das grandes dificuldades é “separar o joio do trigo”. O que de fato é importante do que não é. Poderíamos nos basear nos grandes mestres como Sócrates, Platão, Aristóteles, etc. cujos conceitos encontram-se atuais ainda hoje. Não se trata de dar receitas, porque as situações são muito diversificadas.


A professora e artista plástica Katia Velo com alguns de seus alunos
A relação entre professor e aluno é única e intransferível. Somente neste contato singular é que a “magia” pode funcionar. Mas um dado significativo e relevante é que o professor acima de conhecimentos teóricos ele possa relacionar-se, trocar informações e ter prazer em passar os conhecimentos adquiridos. Diversificar as aulas é uma epopeia moderna, pois vivemos em um mundo com tantos recursos tecnológicos, mas não há nada que supere um bom relacionamento e um brilho no olhar de quem aprendeu algo e de quem percebe que conseguiu ensinar algo. A paixão, sim, a paixão, que pode parecer tão piegas é o ingrediente principal para que possa aflorar o desejo de navegar (aprender).

Ensinar torna-se então uma Arte! O elemento artístico não tem uma utilidade prática, mas é essencial à vida. O  homem das cavernas antes mesmo de falar já criava formas tiradas da sua imaginação. O desejo de criar é inato ao ser humano necessitamos expressar-nos e, cada um de nós, escolhe o melhor meio para fazê-lo, através de uma linguagem visual, gestual, musical ou verbal; representamos e descrevemos nossos desejos, sonhos e devaneios. Trata-se de uma catarse de si próprio, pois o anseio de qualquer ser humano é eternizar suas aspirações que lhe vão à alma. Portanto, ensinar e aprender torna-se quase um pacto que só pode ser estabelecido através da confiança. Como dizia Aristóteles “A amizade perfeita não pode existir senão entre bons”.
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Texto de Katia Velo



Katia Velo: Natural de São Paulo – SP, professora de Arte, colunista, curadora e consultora cultural, artista plástica, ensaísta, fotógrafa, assessoria de comunicação e palestrante.  Especialista em História da Arte Moderna e Contemporânea - Escola de Música e Belas Artes do Paraná (2007); Bacharelada e Licenciada em Letras – Faculdade Anhembi/Morumbi – São Paulo / SP (1991)- registro MEC 182.765. Possui em seu currículo, mais de 15 exposições individuais, premiações em Salões (nacionais e internacionais). É Agente Cultural do Paraná (2012). Desde 2007 é diretora de Comunicação da APAP/PR. Exerceu o cargo de chefia na Divisão de Música, Literatura e Artes Plásticas em 2004 e assessora e curadora em 2013, ambos na Secretaria Municipal de São José dos Pinhais. Desde 2014 assina coluna na “Folha da Mulher”. Há onze anos assina a coluna virtual cultural www.katiavelo.com.br . É criadora do Projeto #doeumaflor. Por sua atuação tem recebido premiações e homenagens.



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