ESPERANÇA
é tempo de definições
o vento soletra o futuro,
incerto, porém doce
se o olho for
atento
incansáveis,
as mãos procuram
novos ventos
as sendas
ocultas
o horizonte, enfim,
nos convida ao arrebol:
ainda há tempo de sorrir
e derrubar as velhas pedras
Gabriel Cortilho
COSMOS
no túmulo
sinto a calma
das almas mortas
inutilmente decoradas
com flores secas
de plástico
tortas
sonhos,
beijos, ossos
enfim se dissipam
fica tudo sob a terra
esquecido
porém,
não clamo
aos deuses:
sou pequeno
pra ser ouvido
Gabriel Cortilho
ALTERIDADE
os corpos
que me atraem
verdadeiramente
carregam perguntas de pedra
ao invés de prontas respostas
não colonizam cabeças
com suas velhas
certezas
nem cagam regras
de como o outro
deveria
ser
pois eles ardem
com o mistério da vida
a multiplicidade das almas:
sem exigir que nasça o mundo
feito a sua imagem e semelhança
Gabriel Cortilho
METAFÍSICA II
do cotidiano ao cosmos,
o amor é feito mistérios
partículas subatômicas
não apreensíveis
pela linguagem
desafia
os corpos frios
a física newtoniana
a matemática euclidiana
está em todo canto,
não cansa de se reinventar
e quando morre, se desintegra,
no sólo úmido da esperança
Gabriel Cortilho
Gabriel Cortilho (1992- ) é poeta, músico e professor de História no cursinho popular do IFSP, em Araraquara, no interior de São Paulo. Possui como referência a poesia de Manoel de Barros e Fernando Pessoa. Tem poemas divulgados pelas revistas O Poema do Poeta; Mallarmargens e Escrita 47 (Guatá- Cultura em Movimento). Organiza seus escritos no formato de livretos Atemporal/Cronológico (2014), Transitório (2015), A Transa dos Besouros Verdes (2016), O Poema e a Cachaça (2017), Javali Radioativo (2017) e A Carne e o Licor de Moscas (2017).
é tempo de definições
o vento soletra o futuro,
incerto, porém doce
se o olho for
atento
incansáveis,
as mãos procuram
novos ventos
as sendas
ocultas
o horizonte, enfim,
nos convida ao arrebol:
ainda há tempo de sorrir
e derrubar as velhas pedras
Gabriel Cortilho
Fotografia de Isabel Furini |
no túmulo
sinto a calma
das almas mortas
inutilmente decoradas
com flores secas
de plástico
tortas
sonhos,
beijos, ossos
enfim se dissipam
fica tudo sob a terra
esquecido
porém,
não clamo
aos deuses:
sou pequeno
pra ser ouvido
Gabriel Cortilho
Fotografia de Isabel Furini |
ALTERIDADE
os corpos
que me atraem
verdadeiramente
carregam perguntas de pedra
ao invés de prontas respostas
não colonizam cabeças
com suas velhas
certezas
nem cagam regras
de como o outro
deveria
ser
pois eles ardem
com o mistério da vida
a multiplicidade das almas:
sem exigir que nasça o mundo
feito a sua imagem e semelhança
Gabriel Cortilho
METAFÍSICA II
do cotidiano ao cosmos,
o amor é feito mistérios
partículas subatômicas
não apreensíveis
pela linguagem
desafia
os corpos frios
a física newtoniana
a matemática euclidiana
está em todo canto,
não cansa de se reinventar
e quando morre, se desintegra,
no sólo úmido da esperança
Gabriel Cortilho
Gabriel Cortilho (1992- ) é poeta, músico e professor de História no cursinho popular do IFSP, em Araraquara, no interior de São Paulo. Possui como referência a poesia de Manoel de Barros e Fernando Pessoa. Tem poemas divulgados pelas revistas O Poema do Poeta; Mallarmargens e Escrita 47 (Guatá- Cultura em Movimento). Organiza seus escritos no formato de livretos Atemporal/Cronológico (2014), Transitório (2015), A Transa dos Besouros Verdes (2016), O Poema e a Cachaça (2017), Javali Radioativo (2017) e A Carne e o Licor de Moscas (2017).
Comentários
Postar um comentário