Sobre mudanças ( poema com traços zen-surfistas e lulusantísticos, amém)
Tente se mudar
Sem mudar.
Saia de tua zona de conforto
Sem ficar desconfortável.
Olhe tua cara no espelho
E veja o teu espelho.
Nunca é de graça, baby
Nunca é sem graça também.
Sabe quando a mudança cai
Como um meteoro na tua vida?
Um dia era, no outro já era
E tudo ok?
Nunca é pra nada, baby
Nunca é do nada, também.
Você muda fora
Quando muda dentro.
Você muda dentro
Porque mudou fora.
Nunca é estanque, baby.
E ISSO, nunca muda.
(Para ler ouvindo "Como uma onda" - Lulu Santos )
Maria Lorenci
"Tem um silêncio morando aqui dentro. Como antes, sempre, nunca.
Mora aqui onde se esconde, fica tempos hibernando.
E quando sai, como hoje, é feito de som e sal, azul marinho e luz solar.
Tem esse espaço dentro de mim.
Precioso, fecundo, antigo.
Muitas vezes engolido, muitas vezes insuportado.
E quando aparece (como hoje),
refugiado entre as cobertas, sob as dobras do roupão,
cheirando a pão com manteiga cardamomo e café,
Tem cara de amor que cura, tem sopros de paz e fé.
Tenho uma solidão interna,
E ela é tão linda e doce, é toda cheia de paz.
Cabe nela muita gente, muito Deus, muitas moradas,
cabe até a passarinhada.
Cabe flor e maresia, olhares de revesgueio, cabe uma vida inteira...
Cuido carinhosamente
Do silêncio desvendado
Do espaço revelado
Da solidão aluada.
São o que me pertence
São o que trouxe de antes
E o que levarei comigo..."
"The long and widing road
Longa e tortuosa jornada
Pra bater na tua porta
E mendigar teu pão.
Caminho triste e cinzento
Até abrir teu portão
E pisotear tuas rosas
Subida íngreme e curva
Pra pular tua janela
E roubar o teu sossego
Já encilhei o meu cavalo
Ja poli todas as armas
To indo aí te buscar.
Maria Lorenci
Maria Lorenci: nascida em Curitiba, tem 59 anos. Viúva, três filhos, uma neta. Engenheira Civil, funcionária do Banco do Brasil. Escreve desde menina, resolveu mostrar seus escritos há pouco mais de três anos. Participa do Coletivo Marianas desde o seu início. Publicaçoes: participação nas coletâneas "Herdeiras de Lilith", 2014, "Folhetins dos Poetas Malditos ", 2015 . Primeiro livro individual : "Playlist para poemas selvagens" (coleção Marianas - Box 1)- Bolsa Nacional do Livro, 2016. Fanpages: Maria lorenci e Dona Coisa e suas histórias, no Facebook. Tem textos publicados na Revista Carlos Zemek e em Mallarmargens
Tente se mudar
Sem mudar.
Saia de tua zona de conforto
Sem ficar desconfortável.
Olhe tua cara no espelho
E veja o teu espelho.
Nunca é de graça, baby
Nunca é sem graça também.
Sabe quando a mudança cai
Como um meteoro na tua vida?
Um dia era, no outro já era
E tudo ok?
Nunca é pra nada, baby
Nunca é do nada, também.
Você muda fora
Quando muda dentro.
Você muda dentro
Porque mudou fora.
Nunca é estanque, baby.
E ISSO, nunca muda.
(Para ler ouvindo "Como uma onda" - Lulu Santos )
Maria Lorenci
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| Arte Digital de Carlos Zemek |
"Tem um silêncio morando aqui dentro. Como antes, sempre, nunca.
Mora aqui onde se esconde, fica tempos hibernando.
E quando sai, como hoje, é feito de som e sal, azul marinho e luz solar.
Tem esse espaço dentro de mim.
Precioso, fecundo, antigo.
Muitas vezes engolido, muitas vezes insuportado.
E quando aparece (como hoje),
refugiado entre as cobertas, sob as dobras do roupão,
cheirando a pão com manteiga cardamomo e café,
Tem cara de amor que cura, tem sopros de paz e fé.
Tenho uma solidão interna,
E ela é tão linda e doce, é toda cheia de paz.
Cabe nela muita gente, muito Deus, muitas moradas,
cabe até a passarinhada.
Cabe flor e maresia, olhares de revesgueio, cabe uma vida inteira...
Cuido carinhosamente
Do silêncio desvendado
Do espaço revelado
Da solidão aluada.
São o que me pertence
São o que trouxe de antes
E o que levarei comigo..."
"The long and widing road
Longa e tortuosa jornada
Pra bater na tua porta
E mendigar teu pão.
Caminho triste e cinzento
Até abrir teu portão
E pisotear tuas rosas
Subida íngreme e curva
Pra pular tua janela
E roubar o teu sossego
Já encilhei o meu cavalo
Ja poli todas as armas
To indo aí te buscar.
Maria Lorenci
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