Decio Romano: Poemas sobre Florestas e Água

Bioma

Eis um lugar importante.
Repleto de arvoredos
Morros, riachos e aves...
E animais habitantes
Onde secretos enredos
Se desenrolam suaves.

A água vem sempre pura
Filtrando-se pelo espaço
É sua maior riqueza.
Noites úmidas, escuras
A guardar em seu abraço
A vida e sua beleza.


Semear

Agindo à-toa
E tenho plantada
Uma árvore boa
No meu caminho.

Ela dará flores
Para alegrar,
Seus fortes odores,
Seus espinhos.

Reage o tempo
E planto no peito
O maior sentimento
De frutos do bem.

Sombra haverá
No chão que estiver
No caminho irá
Abrigar alguém.

12.06.1983


Sempre o sonolento
E descansado arvoredo
Permite a cantiga do vento
E a magia do prado.

O bosque e o prado unidos
Na embriaguez de uma tarde
Tornaria a retratar-se
O que sempre fez sentido.

Quase nunca houvera
Entre as brisas perfumes tanto
Percorrendo a primavera
E os galhos do campo.

O bosque pelo segredo
Reservado em sua essência
Resultaria a esperança
De um tempo de sossego.

Por órbita, à lua
Por entre o perfume que foi-se
No meio do vácuo flutua
Rainha da noite.

Decio Romano

Fotografia de Isabel Furini


Água de Banho

Água escorregadia
Distrai o pensamento
Leva embora o momento
E dissolva esta imagem.

Que seja uma magia
De nobre realidade
Traz de volta a liberdade
Para o mundo da origem.

Ou pela harmonia
Pela sua virtude
Traz de volta a juventude
Uma nova roupagem.
19.11.1980




Decio Romano
Iniciou nas letras publicando em jornais de Curitiba, na década de 80, onde mora. Jornalista e poeta atuante com seis livros editados. Participa de movimentos poéticos como autor e pesquisador. Suas obras mais expressivas são: Rua das flores, 2010; Sayonara, contos, 2013 e, Respostas dos Arcanos do Tarô, 2017.

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