Maria Lorenci - Dia Internacional da Mulher

DIA INTERNACIONAL DA MULHER


Ou dia internacional de dar flores e chamar a gente de heroína. E depois chamar de louca aquela que se defende ao ser encoxada no ônibus.

Ou dia internacional de cumprimentar gentilmente a vizinha gostosa. E entrar pra chamar a esposa de burra.

Ou dia internacional de falar que as mulheres geram a vida e são abençoadas por Deus. E achar constrangedor que uma mãe amamente seu bebê no banco do ônibus.

Ou dia internacional de falar em feminismo.  E criticar duramente as outras mulheres que não tiveram a oportunidade de compreender o que é isso.

Ou dia internacional de falar em auto suficiência, sororidade, etc. E não ajudar a mãe a lavar a louça.

Obvio que nem todo mundo faz isso. Obvio que algumas pessoas fazem e não percebem.
Apenas estou propondo que se PENSE a respeito. Se tirarmos alguns minutos pra fazer um exame de consciência e encontrarmos alguma conotação machista ( acredite, encontraremos...) em nosso comportamento, vamos dedicar este dia Oito de Março a entender o porquê desta atitude e principalmente, vamos nos colocar no firme propósito de mudá-lá.

Talvez seja difícil, mas vamos persistir.
Fotografia de Isabel Furini
Assim estaremos ajudando a mudar um Planeta onde, apesar de toda a evolução, ainda há Entes Humanos pensando ter poder de vida e morte sobre o seu Semelhante.

Assim, caminharemos um passo a mais no rumo da Igualdade, e da consequente Maturidade Planetária.

O mundo precisa de firmes propósitos.

Assim estaremos honrando a memória das moças assassinadas apenas por serem mulheres e se posicionarem firmemente na busca de seus direitos, contra um patrão abusivo, e em cuja homenagem se criou o Dia Internacional.

Esta é uma data de luta, de reflexão. Não permitamos que ela seja "marquetizada" e, em consequência, que tenha seu importante significado diminuído.

Quando não houver mais NENHUMA mulher desrespeitada em seus direitos sobre o Planeta, aceitaremos flores e sorriremos no dia Oito de Março.
Antes, NÃO.

Maria Lorenci


Maria Lorenci, curitibana típica, filha dos anos 70, mãe de três, avó de duas, mulher de si mesma. Pra ganhar a vida é engenheira civil, bancária, designer de interiores, taróloga, mestre Feng Shui. Pra se expressar escreve contos e poemas, pinta e dança. Seu primeiro livro de poemas, “Playlist para Poemas Selvagens”, foi lançado no início de 2016 com o selo “Marianas Edições”, da Bolsa Nacional do Livro. Tem também participação na coletânea "Herdeiras de Lilith", organizada por Marilena Wolff de Melo Braga para o Instituto Memória em 2015. Páginas no Facebook: "Maria lorenci" e "Dona Coisa e suas Histórias". Tem dois livros em fase final, lançamentos em 2018.

Comentários