Igor Veiga (Perigor) Poemas


Às vezes

Às vezes tenho vontade da arrancar meus olhos para nunca mais ver as desgraças que rondam o mundo gostaria de não ter audição para nunca mais ouvir os gritos de dor do próximo e as vozes dos invejosos que caluniam a todo instante tenho vontade de perder o meu nariz para nunca mais sentir o cheiro da falsidade no ar gostaria de não ter paladar para nunca mais sentir o gosto amargo da ingratidão e da injustiça  tenho vontade de fugir para algum lugar bem distante e inimaginável tenho vontade de passar a vida inteira dormindo  tendo apenas belos e infinitos sonhos para nunca mais ter que acordar e me defrontar com a realidade gostaria que o cérebro humano fosse usado apenas para o bem e não para prejudicar alguém gostaria de nunca mais sentir nenhum tipo de dor principalmente quando alguém cravasse um punhal pelas minhas costas tenho vontade de gritar aos quatro ventos tudo o que sinto tudo o que penso tenho vontade de chorar a morte de algum animal pois existem muitos animais que têm mais sentimentos e são mais humanos do que muitos humanos me sinto como um fantoche que muitos querem manipular ao mesmo tempo mas às vezes sinto que tenho vida própria como Jesus agonizando numa cruz...

Igor Veiga (PERIGOR)


Chamado

Como um gato preto
ou talvez um corvo
assusto às pessoas
com ar de bruxaria...
A vida me ensinou
a ser como sou:
poeta da verdade
(quem sabe?!)
na via ou no todavia...
Podem me chamar de
Edgar Allan Poesia.

Igor Veiga (PERIGOR)
Quadro de artista plástico Eloir Jr.
Cemitério de Ilusões

Nesta vida já vi de tudo!...
Vi nações seguirem seus ideais
e logo serem reduzidas a pó...
Apesar de triste é melhor
morrer unido do que
só.
Gosto de gritar até ficar rouco,
mesmo que para os outros
eu represente
a figura de um louco.
Quando grito extravaso
a minha agonia
por viver em uma Terra
tão mesquinha e tão fria...
Quando enlouqueço
transo com a Liberdade!...
Ainda que para alguns isto esteja
completamente fora da realidade.
No meu dicionário tem de tudo...
De palavras macias a palavrões!
No meu cérebro são tantas
as fusões e as confusões
que meus olhos lacrimejam
com o passar das estações.
Às vezes me sinto enterrado vivo
neste Cemitério de Ilusões...

Igor Veiga (PERIGOR)

Acadêmico da AVIPAF
Cadeira: 32

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