A mansão Winchester IV: Vera Lucia Cordeiro, Rita Delamari, Eloi Fonseca



Arte Digital de Isabel Furini

Mansão Winchester

Uma casa de rara beleza.
Mas é assustadora, de arrepiar.
Ninguém lá, quer habitar.
Isso Eu tenho certeza.
Lá também não vou morar!

Sarah vivia assombrada
Pelas almas penadas.
Aumentava a casa para abrigar os espíritos
Que a deixavam perturbada.
Pobre mulher, que recebeu como herança
Uma linda e preciosa mansão.
Mas, que pena.
Foi uma herança maldita.
Foi certamente a maior roubada.
Viveu para sempre triste e atormentada.

Vera Lúcia Cordeiro
Acadêmica da AVIPAF cadeira 1








Arte Digital de Isabel Furini


SOLIDÃO DE SARAH

Sara Winchester sentia muita solidão,
Após a morte de seu marido.
Restituiu-lhe, um pouco mais, de alegria,
Quando o espírito do amado
Disse-lhe que construísse uma mansão,
Na qual tivesse que, dia após dia
Construir sem parar!
A viúva solitária colocou a idéia em ação,
Para que pudesse preservar sua vida,
Era esta, a imposta condição!
Feliz, sentiu-se ela, quando viu que podia,
Com os espíritos conversar...
Soube que em sua casa iriam morar!
Somente a eles, ela ouvia.
Eram muitos, que numa rotina diária,
Sussurravam em seus ouvidos,
Passando a fazer-lhe, companhia!

II
Chegou o momento em que
Num, dos diversos, quartos do casarão,
A Sarah veio a falecer...
Sem que nunca, ninguém soubesse
Se fora um caso de espiritualidade
Ou se na realidade, a excêntrica milionária,
Acabara por enlouquecer!
Uma mansão, onde portas e janelas
Davam para lugar algum!
Em estilo vitoriano, e outras peculiaridades,
Ficou conhecida, pelo grandioso tamanho...
O que não era comum,
Gerou muita curiosidade!
Foi então, dada a oportunidade
Para que as pessoas
Na misteriosa casa adentrassem...
E quem sabe, o público pudesse,
Os moradores fantasmas vir a conhecer!

Rita Delamari


Arte Digital de Isabel Furini
 Casa Winchester

De suspensório as calças-curtas de sarja
na praça Sara e Maria brincam de roda
ainda tão verdes as maçãs da mansão
arranho o joelho no arame farpado
do estilingue de William cai o pássaro azul.

Da velha mansão leva o telhado o vento do sul
Sara e William procuram assim outro caminho
no fundo da casa eu e Maria plantamos morango
rolam na estrada o tempo, a roda, o poema perdido.

Outrora a filha, agora perde o marido
mas fica a fortuna da indústria de armas
a dor, o horror, o ódio das vítimas delas.

De volta à cidade a viúva Winchester
reconstrói a mansão como a um bolo de noiva
cobertura groselha, glacé cor de creme
da escada pro nada desce a noiva de preto
Sara Winchester ciranda com todos os mortos
ao som do assovio do vento nas janelas sem luz
desaparecem os noivos pelos labirintos da casa
morre Sara na companhia das almas sofridas.

Elói Fonseca
Maio 2019
 

Fotografia e Arte digital de Isabel Furini










Comentários

  1. Bom Dia! Grata ao Carlos e a Isabel, pela publicação de meu Poema na Revista Carlos Zemek

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  2. Rita Delamari, o fantástico, o sobrenatural, o mistério e o fascínio pela desconhecido que está em todos nós você expoe nesse interessante conto. Boa narrativa que coloca o leitor adentrar nas sendas do mistério!

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