Prefácio do livro OS VELHACOS



Prefácio do livro "Os Velhacos", da Insight editora, foi lançado no mês de abril em Curitiba, pelos escritores Helena Douthe e Franccis Yoshi Kawa, eles são acadêmicos da AVIPAF, e já escreveram a quatro mãos o romance "Ajoelhar jamais".
O romance "Os Velhacos" está a venda nas Livrarias Curitiba e no site da Insight editora.
Na continuação o prefácio do livro, que foi escrito por Neyd Montingelli, poetisa e contista premiada.



Prefácio do romance "Os Velhacos" de Helena Douthe e Franccis Yoshi Kawa

Franccis e Helena uniram-se literalmente para deixar à público uma história que reúne política, contravenção, família, bandidagem e assassinatos, aliás, um tema que está intimamente ligado a vida desse nosso Brasil. Parabéns aos autores.
Velhacos, segundo a definição dos dicionários são aqueles que fazem fraudes, trapaças, que são traiçoeiros; que buscam enganar outra pessoa; tratantes; que fingem ser inocentes, mas agem com espertezas.
Esta é a definição dos primeiros componentes das famílias Araújo e Marques, os protagonistas desta saga brasileira de mais de 100 anos, com requintes de argúcia entre vilões que se transformaram em heróis e novos heróis que aparecem com o tempo.
Os autores transformaram uma trama familiar em uma descrição do que é a política em nosso país. Como um dos personagens sabiamente interpreta o discurso de politicagem:
"Basicamente, temos de apresentar projetos dizendo que é para beneficiar o povo, mas, antes de tudo, é bom analisar se esse projeto beneficia a nós detentores do poder de legislar. É necessário seguir esse pensamento, se queremos permanecer dentro ou estaremos fora na próxima eleição. "
No decorrer do livro, o narrador nos leva a conhecer e admirar a protagonista que quer fazer de uma eleição, a comprovação da honestidade e hombridade de seus antepassados, com uma verdade transformada em mentiras. Será que um dia veremos uma chefe de comitê com essa competência?
Palavras sábias colocadas na boca de protagonistas fictícios que bem poderiam identificar a nossa realidade:
"– A safadeza começa com vereadores e termina na Presidência da República. Governam em seu próprio benefício e ainda têm coragem de dizer que é para o bem do povo. Se, por acaso, dizem que construíram algo para o bem da nação, pode apostar que é algo faraônico para beneficiar o canalha que está inaugurando a obra. Triste monumento da corrupção, construído com o dinheiro do povo. De que adianta vociferar contra esse tipo de coisas? "
União de interesses: pelo bem do povo, pelo bem do município, belo bem próprio. A ingenuidade dos eleitores em escolher o melhor candidato acreditando em suas mentiras muito bem colocadas, faz-nos também crer nas inverdades dos dirigentes passados e atuais.
Uma reflexão para o nosso povo que brada por democracia, mas não busca a verdade nas palavras e ações dos que deviam representar todas as classes oprimidas:
"– Santa ingenuidade! Até hoje, os poderosos ditam leis, manipulam a opinião pública e reescrevem a história. Começa no legislativo, passa pelo executivo e finaliza no judiciário. Um documento oficial é tão manipulável quanto uma versão da história que é redigida a partir do ponto de vista do vencedor. Nunca pensou nisso? "

Neyd Montingelli
Acadêmica da AVIPAF - Cadeira 7

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