Jaime Vieira: Poema Maringá e outro


SE...

Se você viesse e ficasse, e sem querer olhasse
nos meus olhos e notasse
Talvez a tristeza terminasse.
Se dessa saudade eu gostasse,
E pelos menos a conta perdesse,
de cada sol que nasce,ou talvez não lembrasse,
quantos se foram sem que você voltasse.
Se a esperança não palpitasse e a dor não notasse
Se a solidão não gritasse, e os soluços se sufocassem,
Talvez as lágrimas não rolassem!

Jaime Vieira
AVIPAF - Cadeira 27

Jaime Vieira e a esposa em Maringá, PR.

MARINGÁ, MARINGÁ

Por entre as árvores
vestidas de verde,
e de flores, o ano todo,
de dezembro a janeiro,
uma emoção caminha,
pega-me por inteiro
e eu começo a imaginar.

A cabocla do Ingá
cresceu tanto e tanto
que para o meu espanto
agora sim, começou
"a dar o que falar".

Maringá, Maringá.
Jão não te vejo de chita.
Vejo-te cada vez mais bonita
de cabeça erguida,
vestida de tafetá,
convidando-me sorridente
a me rever feliz diariamente
e por aqui, sempre ficar.

Sob à sombra
dos teus espigões
que me assombram,
arquiteto esperança,
meço o tempo e te vejo
ainda tão criança
carregando nos ombros
do nosso tempo
o peso imenso
do amannhã.

E com orgulho
sinto o vento do futuro
derrubando meu velho muro
e com pressa, abrindo às pressas,
as portas do progresso
para você passar.

Maringá, Maringá.
Uma ilusão errante
faz-me sentir gigante
orgulho e feliz, assim.
É que no meio de tudo,
dentro das sacolas do teu agora
tu carregas, sobretudo,
também um pouco de mim.

Enquanto isso
as minhas ilusões,
sem compromisso
procuram rimas
para te saudar.

Maringá, Maringá.
Já não é preciso
e nem consigo imaginar.
Apenas sei que já aprendi
que longe de ti
já não posso mais ficar!

Jaime Vieira
Avipaf - Cadeira 27

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