Entrevista com a poeta Katia Sentinaro

 

Nossa entrevistada é a poeta KÁTIA SENTINARO

Vive em Campinas, natural de Araras/SP, jornalista, pós graduada em Marketing e Língua Portuguesa. Faz parte da Seção Campinas da UBT (União Brasileira dos Trovadores). Premiada em Juiz de Fora/MG, Arapongas/PR (2018) e Cantagalo/RJ (2017), como nova trovadora. Também teve obra selecionada em coletânea de poesias de Salto/SP (2018). Busca inspiração nos animais e no mundo infantil. Lançou recentemente livro PetPoema, poesias sobre pets para crianças, com site . www.petpoema.com.br e app. Facebook/petpoema.com. Email katiasentinaro@gmail.com . Telefone (19) 98148-1603.




1) Quando começou a escrever poesia?
Alimento o sonho de ser poeta e escritora desde a adolescência, por influência da minha adorada professora de Português, D Maria José. Com 13 anos ganhei o segundo lugar num concurso de redação cidade onde nasci, Araras/SP, e já me inspirava na natureza, nos animais. Recordo-me da minha primeira poesia e onde eu estava quando a escrevi: sentada na cama do meu quarto, olhando o céu pela janela. Mas depois, com a juventude e idade adulta, deixei esse interesse de lado. Voltei a escrever com frequência em 2016, quando criei o que chamo de PetPoema, poesia para pets, voltada para o público infantil prioritariamente. E em 2017 passei a fazer parte da UBT União Brasileira dos Trovadores Seção Campinas/SP, participando de concursos regionais e nacionais de trovas, alçando a categoria de veterana.

2) Fale dos autores que influenciaram o seu estilo.
Minha inspiração passa pela mestra da poesia infantil brasileira Cecília Meireles e as autoras Ruth Rocha e Ana Maria Machado, cujos textos falam às crianças com alegria, otimismo e amor. Essas autoras também utilizam animais para dar voz a várias questões e sentimentos infantis. Já o autor nacional consagrado, José Mauro de Vasconcelos, com seu livro “Coração de Vidro” me marcou profundamente na infância, com sua temática de sofrimento dos animais.


‎3) Que lugar ocupa a Poesia na sua vida?
A poesia está em todos os detalhes do cotidiano, basta observar. Gosto de sentir essa força, de uma experiência aparentemente simples (observar uma cena, um olhar, uma forma de ser) que me arrebata ou me faz pensar de uma forma diferente. Até anos anteriores, por conta da rotina de trabalho e da casa, não tinha muito tempo para escrever com frequência. Mas hoje essa realidade mudou, a poesia ocupa grande parte da minha vida, estou realizando o sonho da minha adolescência. E tem me possibilitado fazer novos amigos, conhecer pessoas incríveis e aberto portas que eu não imaginava.

4. Fale sobre os seus melhores poemas. (Conte se são os mais antigos ou os mais novos, por que os considera os melhores: foram premiados? Um amigo elogiou esses poemas? Você os considera os melhores porque gosta deles?
Selecionei os poemas tendo em vista dois critérios principais, meu gosto pessoal e opinião da família e amigos. Alguns poemas eu considero os melhores porque são os mais estão ligados a minha memória afetiva. Outros, eu considerei o olhar do leitor - foram os mais elogiados por pessoas próximas e tiveram mais curtidas na minha funpage do facebook, PetPoema.com.

5) Qual é a sua expectativa quando publica um livro?
Olha, posso dizer que é enorme, porque estou publicando meu primeiro livro solo com 56 poesias, chamado PetPoema, vivendo uma experiência inédita, ao mesmo tempo que participo desse seletivo e-book. Ou seja, muita emoção junta. O meu livro trata-se de um título de poesias sobre bichos, voltado para crianças, então fico imaginando se os pequenos vão gostar, vão se divertir com minhas poesias. Já participei de coletâneas e gostei muito, senti essa vontade de dividir a alegria dos meus textos com as pessoas e ao mesmo tempo apreensiva sobre a apreciação do leitor. Agora, com o e-book minha expectativa é muito grande pois é uma honra estar ao lado de tanta gente talentosa, com muito mais tempo de estrada que eu. Desejo que seja um sucesso para todos.

6) Tem algum ritual para escrever, como ouvir música, tomar um café ou algum outro?
Não creio que seja um ritual, mas gosto do silêncio e de estar sozinha. E continuo optando pelo meu quarto, pela minha cama, como principal local para a escrita. Apenas troquei o caderno e a caneta pelo laptop, pois prefiro digitar. Às vezes ouço uma música, um mantra, ou como um chocolate antes de escrever.

7) Como é seu processo criativo? Para escrever um poema, por exemplo, você parte de uma palavra? De uma imagem? De uma vivência? De acontecimentos?
Com meus poemas sobre pets na maioria das vezes parti de uma imagem, geralmente a foto de um gato ou cachorro. Uma cena que tenha um olhar diferente do animal, um jeito único de se movimentar. Às vezes, a ideia surge da observação da rotina dos bichos e da família e até mesmo de conversas com os filhos, marido e conhecidos. Conforme o assunto e a palavra citada, eu digo: isso dá um poema.

8) Na sua opinião a internet incentiva a leitura de livros ou prejudica?
Eu sou antiga, gosto dos livros de papel, de pegar, sentir o peso, o cheiro, a textura. Antes de abri-lo eu o namoro, admiro. Se gosto, depois que leio, o abraço. Mas não dá pra negar o avanço da internet e do livro digital. A internet é democrática, hoje todo autor tem a possibilidade de divulgar sua obra, fato extremamente positivo. Para mim, a internet abriu portas que nunca havia sonhado. Então, na minha opinião, a rede incentiva a leitura quando é usada de forma adequada para a divulgação de bons trabalhos. Temos apenas de ter o cuidado, principalmente com as crianças, de saber o que estão lendo, mas é uma ferramenta poderosa a favor do escritor.

9º) Você acha que o poeta nasce ou ele se faz?
Tenho um amigo poeta que nasceu poeta, a poesia mora dentro dele. Enquanto eu escrevo uma poesia ele faz várias e com extrema maestria. Acho que esses são os especiais, os que eu nunca vou conseguir alcançar. Mas eu acredito que a poesia está dentro de toda pessoa, basta despertá-la. O poeta pode se fazer, sim, se quiser. Basta ser uma pessoa sensível e ter disciplina, gostar de ler e escrever, expressar suas ideias de uma forma diferente e ter muita vontade de estudar e aprender.

10) Fale um pouco de seus planos para o próximo ano.
Estou lançando um livro chamado PetPoema, que conta com versão impressa, site e app, com 56 poesias sobre bichos de estimação para crianças. Dos 1.250 exemplares, 400 serão doados a ONG Ateac, que trabalha com cães terapeutas, única instituição que poderá vendê-los, para arrecadar recursos para suas atividades. O restante será destinado gratuitamente a escolas municipais, bibliotecas e entidades de Campinas e região. Então meu plano para o próximo ano é trabalhar esse livro em oficinas de poesias nas escolas. Trata-se de um material rico para alunos de quarto e quinto anos do ensino fundamental I. O site www.petpoema.com.br estará aberto a todos os interessados e é interativo, a criança pode escrever um texto, escolher uma foto, imprimir um porta retrato. Tem muita coisa para se divertir juntos numa oficina. Também já tenho novo projeto de livro infantil em andamento, onde relato histórias divertidas contadas por minha mãe sobre aventuras de sua infância. E claro, continuar na UBT e com minha funpage, petpoema, no facebook.

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