Rita Delamari: Xingu e outros poemas



XINGU

Um “Monte” não tão Belo
pois são as águas da contestação.
Inundarão vidas, coexistência!
Os frutos das arvores e pacus.
Fechar o ciclo da vida?
Não haverá outro paraíso!
Fenecerão os sonhos,
o alimento e as tradições.
A luta, na lâmina do facão!
Que a cultura indígena,
seus costumes e crenças,
não sejam apagadas.
Depende de cada um de nós!
Ter a consciência social  
de nossos atos,
e das nossas vivências.
Do que foi e do que virá
para as futuras gerações!

Rita Delamari

*

CAMINHANTE

Calar, quando o coração
quer gritar?
Ainda que nos pés,
espinhos insistem em ferir,
caminhar, caminhar...
Limitar-se, ante a solidão
da dor que no peito persiste?
Tempo de estagnação...
A dança, não pode parar!
Em tudo há limite,
até mesmo à tristeza.
Nos caminhos da vida,
sobrevém tanta beleza.
Viver é ousadia!
Um basta à prostração;
a poesia chama a seguir.

Arte digital de Isabel Furini

LUA MENINA

Lua sonhadora...
Que criança falante!
Idéias encantadoras...
Mente brilhante!

Chegou à Bienal,
viu tantos livros,
e não se conteve...
Inexplicável sensação!

Lua, menina genial!
Arregaçou as mangas,
desbravou as objeções
e muito apoio, obteve.

Levar à comunidade,
atividade cultural:
Seu sonho mais profundo,
tornando-se realidade!

Nasce o “Mundo da Lua”,
para vidas, transformar!
Para dar ao ócio, a cura,
uma biblioteca é essencial.

Lua empreendedora,
No futuro, uma professora?
Sabe ela que a leitura
Muda tudo, muda o Mundo!

Rita Delamari

 


Rita Delamari, Rita do Rocio Alves dos Santos, é natural de Curitiba/PR. Começou seus escritos na adolescência. Graduou-se como 1º Sargento na PMPR e tem formação acadêmica em Pedagogia. Participou de antologias nacionais e internacionais; textos no site “Recanto da Letras”; nas revistas Esfera Policial, Carlos Zemek, Gente de Palavra e Ser MulherArte. Livros publicados: Das pedras as flores, Editora Íthala, 2011; Da janela do quarto, Editora Blanche, 2015 e Contornos e contrastes, Marianas Edições, 2018.



Comentários