Entrevista com a poeta Rita Queiroz






Natural de Salvador-BA. Doutora em Filologia e Língua Portuguesa. Professora universitária. Escritora. Poeta. Autora de 7 livros de poemas e 1 livro de contos para o público adulto e 7 livros infantojuvenis. Organizadora de 12 coletâneas. Participações em mais de 100 antologias/coletâneas. Publicações em revistas literárias nacionais e internacionais. Integra os coletivos: Confraria Poética Feminina, Mulherio das Letras, Confraria Ciranda Poetrix e Coletivo de autoras de literatura infantojuvenil da Bahia. Membro de nove academias, destacando-se a Academia Virtual de Arte Literária (AVAL), a Academia Internacional de Literatura Brasileira (AILB), na qual foi destaque literário em 2021 na categoria Poesia, e a Academia Internacional Mulheres das Letras (AIML). 

 

Rita Queiroz

1 Quando iniciou o seu interesse pela Poesia?
Sempre gostei de poesia, mas passei a escrever esse gênero com frequência há seis anos. Comecei a publicar no facebook despretensiosamente e os comentários foram positivos e incentivadores. Com isso, criei um grupo formado por escritoras que se chama Confraria Poética Feminina. Nosso intuito era discutir a autoria feminina, mas estamos indo além, pois já publicamos cinco coletâneas, participando também de feiras e festas literárias, como a Flip, a Fligê, a Flica, dentre outras.

2 Sente na sua obra a influência de algum ou alguns poetas?
Às vezes sinto, mas quem lê percebe isso mais do que eu. Gosto muito da poética de Cecília Meireles, Florbela Espanca, Vinicius de Morais (falando dos canônicos), bem como de poetas da contemporaneidade, como Conceição Evaristo, Érica Azevedo (primeira leitora dos meus textos, com quem mantenho diálogos constantes), Luiza Cantanhede (que conheci o ano passado e cuja poética me tocou bastante). Além de poetas que leio diariamente nas redes sociais. Mas acredito que tenho um estilo próprio.

3 Qual é a reação dos leitores? Eles elogiam? Enviam sugestões?
Até o momento tive reações muito positivas em relação ao que escrevo e isso me deixa muito feliz. Sim, elogiam e poucos enviam sugestões. Mas no grupo da Confraria Poética Feminina, sempre trocamos ideias e isso é bastante salutar.

4 Segundo a sua percepção esta época de pandemia é boa ou é ruim para a criação literária? Você se sente mais ou menos inspirado?
Tenho produzido bem na pandemia, embora passe por períodos em que não sai uma linha. No início, acreditando que seria uma quarentena, fiquei mais produtiva, com o prolongamento do isolamento social, meu ritmo arrefeceu. Agora estou mais animada, vendo que a vacinação está avançando.

5 Rita, você gosta de interpretar poemas? Como se sente declamando?
Sim, gosto muito. Quando declamo, me transporto para o poema, sentindo-o, com isso mudo a entonação da voz, a expressão facial.

6 Sobre os títulos dos poemas. Você considera importante os títulos? Pensa que o título é supérfluo?
O título é super importante, é o chamariz. Um bom título desperta a curiosidade e faz com que o/a leitor/a se interesse pela leitura e isso leva a interpretações as mais diversas. Um bom título deve ser instigante, metafórico.



7 Como a leitora Rita Queiroz enxerga a poeta Rita Queiroz?
Enxerga com bons olhos, mas também com criticidade. Há coisas que gosto muito e outras que não quando revejo o que escrevi. Há textos que me surpreendem e fico pensando se teria sido eu mesma quem escreveu. Outro dia uma amiga leu um texto que achei muito bom e perguntei de quem era. Para minha surpresa era meu (rsrsrs).

8 Se você fosse obrigada a escolher um poema de sua autoria que represente o seu estilo, a sua voz poética, qual escolheria? (Favor copiar seu poema)
Pergunta muito difícil, porque gosto de muitos. Em cada livro que publiquei tem um que gosto mais. No entanto, vou trazer um aqui.

SOL DE INVERNO


Meu amor se perdeu na imensidão do teu olhar
E o inverno fez morada em mim
Escrevi cartas imaginárias
Nas noites sem luar
Falando do que senti, do que vivi
Daquilo que não fiz...

Revirei nossos baús
Já não havia fotografias
Apenas fragmentos de ti
Tatuados em minha memória
A fazer redemoinhos nos papéis da saudade
Nas sombras reescritas na lápide

Fiquei naquela estação
Com o relógio estacionado no peito
Remendando meus fiapos
Colhendo os sonhos vencidos
Pintados nos olhos das máscaras de Veneza
E o grito rasgando os nós do poema!



9 Que conselho daria para os novos poetas?
Que leiam e escrevam. Ler e escrever caminham lado a lado. Depois, busquem lapidar os textos. E, ter sempre alguém, antes de qualquer outra pessoa, que leia e opine sobre seus escritos.

10 Quais são os projetos para o segundo semestre de 2021?
Estou com um livro de poemas (haicais, poetrix e aldravias) a ser lançado pela Coleção III do Mulherio das Letras. Além deste, tenho dois infantojuvenis e uma antologia dos meus poemas dispersos que foi publicada pela In-Finita Portugal, bem como meu primeiro livro de contos intitulado A eternidade das águas. Pretendo divulgar esses livros, além de participar dos diversos eventos previstos, como o Congresso da Mulher, promovido pelo Institut Cultive Brésil-Suisse, a ocorrer em novembro. Participo também agora em setembro do III Encontro Mundial de Literatura Brasileira, promovido pela Focus Brasil New York e AILB, no painel Alma de Poeta, juntamente com a Cida Pedrosa, Elisa Lucinda, Natan Barreto e Mara Hermann; do Festival de Poesia de Lisboa, no qual sou uma das finalistas do concurso



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