Eliana Castela e Cirlei Fajardo: Homenagem aos poetas que partiram

 

 

A ÚLTIMA CANÇÃO É AMOR 

Por Eliana Ferreira de Castela
Para o músico, poeta e ex-deputado Sérgio Taboada que nos deixou em março de 2021.


No parlamento ou no palco
bastava um toque
um motivo qualquer
uma razão social
e se fazia projeto de lei
ou uma canção.


Tudo foi inspiração,
a viola ou a Constituição
dedilhadas com mãos hábeis,
palavras suaves
convencimento de que
forte mesmo, é o amor.


A última canção não foi
a última a ser composta
e sim a que diria
a mensagem final, a despedida,
o amor fraterno, o compromisso
político de amar. 


*


Aos Poetas Vivos e aos que hoje nos olham como lindas e brilhantes estrelas no firmamento sendo o que sempre foram... Estrelas de primeira grandeza.

Vida... 

Para o poeta, meu querido amigo e mestre Olinto Simões.
Por Cirlei Fajardo

Em que momento começa
a nossa viagem para além
das fronteiras do sagrado
donde saímos e para onde
cedo ou tarde retornamos?

Passamos pelo tempo e
no exato minuto marcado
em nosso script dividimos
o palco chamado Vida.

Sabemos que eternidade
é muito tempo no nosso
tempo onde tudo pode
acontecer, mudar de repente,
recomeçar ou definitivamente
finalizar ciclos sem fim.

Como ponteiros de um relógio
não somos mais os mesmos
no minuto seguinte.

Dizem que tudo que começa
nos meses dos signos da terra
tem longa duração, ou seja,
florescem e reflorescem
inúmeras vezes como flores
em todas as estações do ano
somos gente insistentemente.

De vez em quando o Jardineiro
nos poda drasticamente ou
por descuido nos confunde e
como erva daninha arranca-nos,
sem dó do confortável leito,
onde deitamos nossas raízes.

Mas como criança fazemos pirraça,
e na manhã seguinte um novo broto
nosso desponta a terra para florir
mais uma vez até em pobre solo.

Ante a sublime ventura,
o milagre somos...
Todas as vezes em que
despertamos do sono
onde ousamos sonhar,
ou perambular o universo
numa outra viagem.

Cirlei Fajardo
04 de setembro de 2020... 15h05...





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