Isabel Furini e Atilio Andrade: Poemas de Halloween

 




O Halloween do poeta

O poeta caminha pelo velho cemitério
observa
um vestido de noiva muito belo
abandonado nesse local decrépito

percebe
anjos de gesso
(caídos)
cupins açoitando as cruzes de madeira
e as flores murchas dançando sob o vento

o vestido de noiva
(imaculado)
desarmoniza
nesse ambiente escleroçado pelo passar do tempo

também desarmonizam
os versos com flores, beijos e amores
que ululam na cabeça do poeta

o poeta mergulha na paisagem
(destemido)
percorre as arestas do túmulo
açoita as metáfora
e corajosamente  decapita o poema
mutila os versos
e os acorrenta
à sombra do Halloween e aos ossos dos mortos

Isabel Furini - AVIPAF
Cadeira 1 - Patrono: Amado Nervo

Fotos e Arte digital de Isabel Furini

Halloween

Sonhei. Era  uma  sexta-feira
Passava da meia noite
Encotrei a mais bela confreira
Que cegamente me deu boa noite

E  inesperadamente  me convida
A entrar em sua poesia
Eu pensativo e fugindo da vida
Aceitei a parceria...

Mas quando vi o que  acontecia
Tive vontade de sair correndo
Mas , estava preso e eu não  via

O  que  estava acontecendo
Foi aí que acordei  e me sentia
No meio da mais bela  "bruxaria".

Atílio Andrade
Outubro 2022

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