ISABEL FURINI: ENTREVISTA COM O ESCRITOR ALEXANDRE NOVASKI

Nosso entrevistado é o jornalista Alexandre Novaski
Quando iniciou o seu interesse pelos livros? E quando surgiu o desejo de ser escritor?

Ainda criança. Recordo que a sala em que estudava ficava em frente à Biblioteca Escolar. Então, certa tarde entrei meio tímido. Peguei um livro da Série Vagalume. E não parei mais. Lia toda semana. E daí nasceu essa vontade incontrolável de escrever.


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Quais são seus livros preferidos? Quantos livros você consegue ler por ano (aproximadamente)?

Ah, tenho vários livros que guardo na memória, e com imenso carinho! ‘Éramos Seis’ da Maria José Dupré, e que li pela lendária Série Vagalume, e ‘Por Quem os Sinos Dobram’ do Ernest Hemingway são alguns exemplos. Quanto ao número de livros lidos por ano, acredito que chego a devorar uns 20 no mínimo.


Você é jornalista e tem o hábito da escrita, mas o texto de ficção é diferente do texto jornalístico. Como foi essa passagem de jornalista à romancista? Como foi escrever seu primeiro romance? 

Escrever para revistas é um tanto técnico. Já o romance requer o aguçamento da alma. Você viaja para um lugar onde só você conhece. É algo que vai além do entendimento humano. No meu caso, iniciei como romancista. Meu livro ‘Cinza Solidão’ eu escrevi quando tinha 17 anos. Nem imaginava que futuramente me aventuraria pelo meio jornalístico.


Alexandre, conte como surgiram os personagens do romance CINZA SOLIDÃO?  Teve algum personagem ou alguma cena que foi muito difícil de escrever? Quanto tempo levou para escrever esse romance?

Os personagens surgiram da necessidade de mostrar os vários tipos de preconceito. O resultado disso tudo é que cada leitor se identifica ou detesta algum personagem. E o mais engraçado é que não existe, para o leitor, essa história do vilão ou mocinho na trama. Ele pode amar o suposto malvado e detestar o protagonista. As cenas mais difíceis de escrever foram as que envolviam o mundo policial. Eu não conhecia as gírias, as questões que abrangiam as prisões dos ladrões. Então fui buscar tudo
isso nos programas policiais de TV.

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Alguns autores confessam que uma obra surge em um determinado ambiente. Por exemplo, eles pensam em uma academia de música e imaginam os professores ministrando aulas, os alunos, os familiares deles, o pessoal administrativo, o pessoal da limpeza. Outros, como Borges muitas vezes iniciava seus contos a partir de uma palavra. Como é seu processo criativo, Alexandre?

Eu diria que é uma mistura das duas opções colocadas acima. O lugar, o cheiro, e as próprias frases ditas por alguém servem como inspiração.

Sua obra já foi analisada por literatos ou por professores da área de Letras? Você recebeu e-mail de leitores? Como foi a resposta do público e da crítica?

Sim! E digo que a primeira resposta, seja do leitor, ou a do profissional da área de letras, foi como abrir o resultado de um exame laboratorial. Há leitores que já apreciaram o ‘Cinza Solidão’ por três, quatro vezes. Amam o romance. E teve um que me mandou e-mail declarando ojeriza à obra. Certa vez eu recebi uma carta de um Professor de Língua Portuguesa e especialista em Literatura. Confesso que fiquei emocionado com suas palavras.


Falemos um pouco de seu trabalho como roteirista: Como surgiu essa nova faceta de sua
carreira de escritor, e quais são suas ambições nesse segmento?


Eu sempre fui apaixonado por cinema e teledramaturgia. Então busquei um curso superior que abraçasse as duas áreas. Antes mesmo da formação completa eu já exercia, como estagiário, o cargo de roteirista. Em 2015 completei 10 anos de carreira e nesse meio tempo já roteirizei programas de TV, institucionais, curtas-metragens e longas-metragens. Ainda anseio por colaborar numa novela. É um mundo muito fechado, mas acredito que esteja no caminho certo. Digo para meus amigos que faço parte da borda dessa pizza. Quem sabe, num futuro, eu esteja no recheio.


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Radialista e Jornalista, ALEXANDRE NOVASKI se embrenhou pelo mundo televisivo em 2005, quando roteirizou o programa 'Central de Cultura', exibido na CNT. Três anos depois escreveu para o programa 'Da Hora', exibido ao vivo de terça a sexta pela Rede Família de Televisão. Paralelo aos trabalhos na TV, roteirizou e dirigiu o premiado curta-metragem 'O Maior Amor de Todos' (2007). Tem outros filmes no currículo, como 'O Jogo da Verdade', 'O Remetente' e 'Um Crime Quase que Encomendado', todos com direção de Thais de Campos. Foi crítico de teledramaturgia e colaborador nas revistas Supernovelas, Só Novelas, Te Contei, Ponto Jovem e Tua. No mundo literário, escreveu o romance 'Cinza Solidão' e foi colaborador no livro 'Fátima - A santa das aparições que mudaram o mundo' pelo selo Duetto da Ediouro. Alexandre é ainda o roteirista oficial do longa-metragem 'Studio 251' dirigido por Igor Rodriguez e com estreia prevista para o primeiro semestre de 2016. E acaba de escrever e dirigir outro longa, 'Quando Chega a Hora de Esquecer', tendo como co-diretor o talentoso Johel Alvez Bright, com previsão de lançamento para o mesmo ano.






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