IMPULSO
assoma a noite estrelada no caldeirão das lembranças
e a chama da paixão avança - avança pela campina
rumo ao norte magnético
(leve como uma dançarina)
até ancorar constrangida
no horizonte de eventos
mas o amor (sempre renovado e aventureiro)
procura outro ser
e como exímio arqueiro
lança sua flecha ao vento - flecha com forte o veneno
da cobra dos sentimentos
porque o amor é toxina arrastada pelo vento.
Isabel Furini
ESSÊNCIA
uma chuva de sombras bate minha porta
algumas fantasias entram pela fechadura
trazendo farrapos da infância
e túneis de ideias
uma chuva de sombras bate minha porta
algumas fantasias entram pela fechadura
trazendo farrapos da infância
e túneis de ideias
a cancão dessa chuva fala que o amor
(o Eros dos antigos gregos)
é fogo ardente
é vento instável que arrasta escuro auspício
o amor é profundo oceano
frágil semente
o amor é poderoso e mortal como um faraó egípcio
o amor é fugaz
e belo
o amor
é impermanente como todas as criaturas deste mundo.
é vento instável que arrasta escuro auspício
o amor é profundo oceano
frágil semente
o amor é poderoso e mortal como um faraó egípcio
o amor é fugaz
e belo
o amor
é impermanente como todas as criaturas deste mundo.
SITE DE RELACIONAMENTO
insônia solitária
só resta navegar pelo mundo virtual entre sombras
e sonhos.
giram imagens de namoros ilusórios
na tela.
inábil navegante luta contra ondas de mutismo,
sitia os mares de silêncio da alma feminina com frases metálicas
e rochas vulcânicas.
ingênuo
brinca no arguto trapézio dos vocábulos
clandestino
naufraga em alfabetos amorosos
humilhado
procura símbolos arcaicos nos retratos
vencido
volta com o escudo roto e o coração abatido.
vítima da frustração digita decepções no teclado.
(Esse poema faz parte do livro ",,, E Outros Silêncios", publicado pela editora Virtual Books, em 2012).
Isabel Furini
ALÉM DA PONTE
está suspensa a ponte do passado-presente
está suspensa a ponte do passado-presente
sob essa precária ponte de madeira
corre o rio das emoções
pescadores inexperientes (vitimas da cegueira)
mergulhamos
nas águas escuras das emoções
tentamos estabelecer a ordem no fluir caótico do passado
será possível resgatar antigos amores?
amores estraçalhados pela foice do tempo
mortos entre as ondas do ontem
é um momento triste
é o triste momento da desilusão.
corre o rio das emoções
pescadores inexperientes (vitimas da cegueira)
mergulhamos
nas águas escuras das emoções
tentamos estabelecer a ordem no fluir caótico do passado
será possível resgatar antigos amores?
amores estraçalhados pela foice do tempo
mortos entre as ondas do ontem
é um momento triste
é o triste momento da desilusão.
Isabel Furini
Isabel Furini: Seus poemas foram premiados no Brasil, na Espanha e em Portugal. Nomeada Embaixadora da Palavra pela Fundação Cesar Egido Serrano (Espanha), em 2014; Embaixadora da Rima Jatobé, Espanha, em 2015; e Embaixadora Internacional e Imortal da Poesia pela Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura do Brasil, em 2015. Membro da Academia de Letras do Brasil/ Araraquara; e organizadora do Concurso Internacional Poetizar o Mundo.
Prezada Isabel Furini,
ResponderExcluirObrigado pelo mergulho tácito e noturno que seus versos me proporcionaram. Consegui ler o que você pensou, mas não escreveu por puro senso estético e por ter descoberto sua poética.
Isso é que é o trabalho literário: fugir do óbvio, correr do clichê e se molhar de milhares de possibilidades. Acho uma pena não termos uma discussão teórica menos pessoalizada em Curitiba.
O silêncio dos comentários em várias postagens desta estimada revista revela a surdez da mediocridade e o grito agonizante da poesia Curitibana. Parabéns pelo seu trabalho!
Um grande abraço,
Robson Lima