Epitáfio
Escuto o barulho
Da lucidez
No vácuo
Dessa madrugada
Obliqua
Dessa voz que desafina
Do outro lado da linha
Eu vou tateando sua ânsia
Eu vou investigando a tua ausência
Eu vou perseguindo aquilo que baila
No fundo dessa sua rouquidão
Encontro nesse cruzamento
Os laudos da nossa autopsia
As causas das minhas desistências
As sinfonias fundas da alma
Flutuam logo em frente
As ondas
Que beijam com intensidade
Cada pedaço
Da matéria viva
Davi Kinski
Break a leg
É sexta
Sem paixão
Algum rock and roll
Duas pedras
Melancolia com maracujá
Bandeirinha do delírio,enfeita
Vou colher nesse campo
Inventários vastos
Vazios escolhidos a dedo
Melhor arrumar as flores
Enfeitar o que pode ser
Tocado
Quero a casa com,
intuição de imaginar
Beijos que vazam
Fertilidade de anis
Voragem beat
Outras montanhas russas
Para arranha-céus
Polares
Usar olhares de azeviche
Contar com exatidão
O dom de tentar achar
Talentos novos
Pequenas explosões
Versos em erosões
Vulcânicas
Epifanias
Que eu e você
Sacamos
Desde aquela velha mania
De pintar cavernas
E apostar corridas
Com dinossauros
Sobre a luz de refletores
Eu te encontro.
Cai o pano.
Davi Kinski
Pela fechadura
Olhei de viés
O entortar
Das formas
E o jazz
Nas estações
Pelas quais o espanto
Desfila o duelo
Da solidão
E as notas
Entoadas como
Touradas
De cólera sagrada
Catei com intuição
De trapezista
O despencar
De um beijo
Um movimento
De refletor
Em prata madrugada
Assim
Vou subindo
Pelos túneis
Vastos
Do desejo
Davi Kinski
Davi Kinski traz em sua bagagem trabalhos no teatro, no cinema e na literatura. Como ator passou por diversas escolas, entre elas FAAP, Chateaubriand e Studio Fátima Toledo. Participou do filme Nome Próprio, de Murilo Salles, que lhe rendeu a indicação de melhor ator no Festival de Gramado de 2008. No teatro, encenou Aurora da Minha Vida, Lisístrata, Bailei Na Curva, O Grande Jardim das Delícias de Fernando Arrabal e Lixo e Purpurina em 2011, solo para o SESC Pompéia...
Atualmente grava seu primeiro longa-documentário "POEMARIA" onde se debruça em registrar a poética de nossos tempos. Davi lançou seu primeiro livro de poesia "Corpo Partido" pela Editora Patuá, que se encontra agora em tradução para o francês. Organizou em São Paulo junto com Rubens Jardim (poeta da geração 60) o Sarau Gente de Palavra, criado em Porto Alegre pelos poetas Renato de Matos Motta e Michele Hernandes onde todos os meses homenageia poetas contemporâneos.
Da lucidez
No vácuo
Dessa madrugada
Obliqua
Dessa voz que desafina
Do outro lado da linha
Eu vou tateando sua ânsia
Eu vou investigando a tua ausência
Eu vou perseguindo aquilo que baila
No fundo dessa sua rouquidão
Encontro nesse cruzamento
Os laudos da nossa autopsia
As causas das minhas desistências
As sinfonias fundas da alma
Flutuam logo em frente
As ondas
Que beijam com intensidade
Cada pedaço
Da matéria viva
Davi Kinski
Fotografia de Neni Glock |
Break a leg
Sem paixão
Algum rock and roll
Duas pedras
Melancolia com maracujá
Bandeirinha do delírio,enfeita
Vou colher nesse campo
Inventários vastos
Vazios escolhidos a dedo
Enfeitar o que pode ser
Tocado
Quero a casa com,
intuição de imaginar
Beijos que vazam
Fertilidade de anis
Voragem beat
Outras montanhas russas
Para arranha-céus
Polares
Usar olhares de azeviche
Contar com exatidão
O dom de tentar achar
Talentos novos
Pequenas explosões
Versos em erosões
Vulcânicas
Epifanias
Que eu e você
Sacamos
Desde aquela velha mania
De pintar cavernas
E apostar corridas
Com dinossauros
Sobre a luz de refletores
Eu te encontro.
Cai o pano.
Davi Kinski
Pela fechadura
Olhei de viés
O entortar
Das formas
E o jazz
Nas estações
Pelas quais o espanto
Desfila o duelo
Da solidão
E as notas
Entoadas como
Touradas
De cólera sagrada
Catei com intuição
De trapezista
O despencar
De um beijo
Um movimento
De refletor
Em prata madrugada
Assim
Vou subindo
Pelos túneis
Vastos
Do desejo
Davi Kinski
Davi Kinki - Fotografia de Paula Alarcon - Estúdio Ciclorama |
Atualmente grava seu primeiro longa-documentário "POEMARIA" onde se debruça em registrar a poética de nossos tempos. Davi lançou seu primeiro livro de poesia "Corpo Partido" pela Editora Patuá, que se encontra agora em tradução para o francês. Organizou em São Paulo junto com Rubens Jardim (poeta da geração 60) o Sarau Gente de Palavra, criado em Porto Alegre pelos poetas Renato de Matos Motta e Michele Hernandes onde todos os meses homenageia poetas contemporâneos.
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