"Pintar como os pintores do renascimento me levou alguns anos, pintar como os pequenos me levou toda a vida." Pablo Picasso
"Um homem que trabalha com as mãos é um operário; um homem que trabalha com as mãos e o cérebro é um artesão; mas um homem que trabalha com as mãos e o cérebro e o coração é um artista." Louis Nizer
Se você é uma daquelas pessoas que acha que o ensino de arte nas escolas é uma perda de tempo, este artigo foi feito para você. Lanço-lhe um questionamento? Por que estudar arte?
Em 1816, o ensino de arte no Brasil teve início com a fundação da Academia Imperial de Belas Artes no Rio de Janeiro, motivada pela chegada de diversos artistas franceses na cidade. Este acontecimento foi nomeado de "missão francesa".
A arte que viria depois a ser ensinada nas escolas, voltada para a elite, seguia a mesma linha, centrando-se principalmente na questão da técnica. Mas, felizmente, de lá para cá, muita coisa mudou. A técnica, a representação da natureza, o uso fiel das cores, já não são mais importantes. A arte é um elemento de criação e inovação, possui um universo particular de conhecimento a partir da produção do homem.
De acordo com a proposta geral dos Parâmetros Curriculares Nacionais, a arte tem uma função tão importante quanto a dos outros conhecimentos (português, matemática, ciências, etc.) no processo de ensino e aprendizagem. Aliás, o ensino de arte já deveria fazer parte do currículo escolar desde a mais tenra idade. Em primeiro lugar, o ensino e aprendizagem de arte é algo muito mais amplo e significativo do que se imagina, arte não se limita apenas a pintar ou desenhar, arte abrange vários seguimentos: música (som, altura, duração, timbre, intensidade, densidade), dança (movimento corporal força, fluência, espaço, tempo), plástica (forma, cor, linha, plano, volume, textura), teatro (representação de texto, personagem, caracterização, cenografia, sonoplastia, iluminação), patrimônio material e imaterial arte circense, literatura, poesia, além de história e filosofia da arte.
Para maior ênfase do ensino de arte são fundamentais atividades extraclasse através de visita a museus, apresentações de dança, música, teatro, ir ao cinema, mas não cabe apenas ao professor esta atividade, e sim, aos pais e/ou responsáveis que devem colaborar e incentivar as crianças e jovens. O trabalho com a arte, que em si mesma é tão complexa, nos oferece múltiplas possibilidades ou caminhos. Trabalhar com o sensível é ir além do olhar, é o perceber-se, é interiorizar-se, é a essência.
A arte promove a inserção social e cultural, torna o sujeito reflexivo e inovador, a partir de saberes universal promove o autoconhecimento com autonomia. Para que isto aconteça, de fato, é necessário que nas escolas públicas e privadas tenham atelier (amplo e com todo o equipamento e material necessário), teatro (além do espaço, figurino, som, equipamento de iluminação, etc.).
O desejável e ideal é que houvesse um contra-turno, onde os alunos pudessem escolher dentre as múltiplas atividades artísticas as de acordo com o seu interesse, juntamente com atividades esportivas. As crianças e jovens permaneceriam em torno de 8 horas por dia, alterando entre as atividades em sala de aula e extraclasse.
É relevante citar que para o acompanhamento e motivação dos alunos é fundamental a participação de professores muito preparados e bem remunerados.
O ensino de arte nas escolas, com qualidade, comprometimento e seriedade, resultará em indivíduos mais seguros e independentes. Certamente teríamos menos jovens usuários de drogas, menos bandidos na cadeia, menos doentes do hospital. Arte não é terapia, mas pode ser terapêutica. Arte não é remédio, mas pode curar. Arte não é moleta, mas dá asas a imaginação. A arte é o ópio da civilização contemporânea e um elemento de catarse.
"A função do artista é valorizar a consciência." Max Eastman
Museu Oscar Niemeyer - Escola Evolutiva Exposição Gênesis do fotógrafo Sebastião Salgado. Fotografias de Katia Velo:
KATIA VELO é especialista em História da Arte Moderna e Contemporânea - Escola de Música e Belas Artes do Paraná (2007). Bacharel e Licenciada em Letras – Faculdade Anhembi/Morumbi – São Paulo / SP (1991)- MEC 182.765 – Português e Inglês e suas Literaturas. Atua como professora de Arte, colunista e consultora cultural, curadora, artista plástica, fotógrafa, ensaísta, fotógrafa e palestrante. Possui em seu currículo, mais de 15 exposições individuais e mais de 100 coletivas (nacionais e internacionais), além de participações em Salões de Arte. Por sua atuação tem recebido homenagens e prêmios em São Paulo e no Paraná.
"Um homem que trabalha com as mãos é um operário; um homem que trabalha com as mãos e o cérebro é um artesão; mas um homem que trabalha com as mãos e o cérebro e o coração é um artista." Louis Nizer
Se você é uma daquelas pessoas que acha que o ensino de arte nas escolas é uma perda de tempo, este artigo foi feito para você. Lanço-lhe um questionamento? Por que estudar arte?
Em 1816, o ensino de arte no Brasil teve início com a fundação da Academia Imperial de Belas Artes no Rio de Janeiro, motivada pela chegada de diversos artistas franceses na cidade. Este acontecimento foi nomeado de "missão francesa".
A arte que viria depois a ser ensinada nas escolas, voltada para a elite, seguia a mesma linha, centrando-se principalmente na questão da técnica. Mas, felizmente, de lá para cá, muita coisa mudou. A técnica, a representação da natureza, o uso fiel das cores, já não são mais importantes. A arte é um elemento de criação e inovação, possui um universo particular de conhecimento a partir da produção do homem.
De acordo com a proposta geral dos Parâmetros Curriculares Nacionais, a arte tem uma função tão importante quanto a dos outros conhecimentos (português, matemática, ciências, etc.) no processo de ensino e aprendizagem. Aliás, o ensino de arte já deveria fazer parte do currículo escolar desde a mais tenra idade. Em primeiro lugar, o ensino e aprendizagem de arte é algo muito mais amplo e significativo do que se imagina, arte não se limita apenas a pintar ou desenhar, arte abrange vários seguimentos: música (som, altura, duração, timbre, intensidade, densidade), dança (movimento corporal força, fluência, espaço, tempo), plástica (forma, cor, linha, plano, volume, textura), teatro (representação de texto, personagem, caracterização, cenografia, sonoplastia, iluminação), patrimônio material e imaterial arte circense, literatura, poesia, além de história e filosofia da arte.
Escola Evolutiva - Visita Exposição Cibernética Museu Niemeyer - Foto de Katia Velo |
Para maior ênfase do ensino de arte são fundamentais atividades extraclasse através de visita a museus, apresentações de dança, música, teatro, ir ao cinema, mas não cabe apenas ao professor esta atividade, e sim, aos pais e/ou responsáveis que devem colaborar e incentivar as crianças e jovens. O trabalho com a arte, que em si mesma é tão complexa, nos oferece múltiplas possibilidades ou caminhos. Trabalhar com o sensível é ir além do olhar, é o perceber-se, é interiorizar-se, é a essência.
Katia Velo Workshop de pintura na Escola Municipal Profa. Maria Marli Piovezan |
A arte promove a inserção social e cultural, torna o sujeito reflexivo e inovador, a partir de saberes universal promove o autoconhecimento com autonomia. Para que isto aconteça, de fato, é necessário que nas escolas públicas e privadas tenham atelier (amplo e com todo o equipamento e material necessário), teatro (além do espaço, figurino, som, equipamento de iluminação, etc.).
O desejável e ideal é que houvesse um contra-turno, onde os alunos pudessem escolher dentre as múltiplas atividades artísticas as de acordo com o seu interesse, juntamente com atividades esportivas. As crianças e jovens permaneceriam em torno de 8 horas por dia, alterando entre as atividades em sala de aula e extraclasse.
É relevante citar que para o acompanhamento e motivação dos alunos é fundamental a participação de professores muito preparados e bem remunerados.
O ensino de arte nas escolas, com qualidade, comprometimento e seriedade, resultará em indivíduos mais seguros e independentes. Certamente teríamos menos jovens usuários de drogas, menos bandidos na cadeia, menos doentes do hospital. Arte não é terapia, mas pode ser terapêutica. Arte não é remédio, mas pode curar. Arte não é moleta, mas dá asas a imaginação. A arte é o ópio da civilização contemporânea e um elemento de catarse.
"A função do artista é valorizar a consciência." Max Eastman
Museu Oscar Niemeyer - Escola Evolutiva Exposição Gênesis do fotógrafo Sebastião Salgado. Fotografias de Katia Velo:
KATIA VELO é especialista em História da Arte Moderna e Contemporânea - Escola de Música e Belas Artes do Paraná (2007). Bacharel e Licenciada em Letras – Faculdade Anhembi/Morumbi – São Paulo / SP (1991)- MEC 182.765 – Português e Inglês e suas Literaturas. Atua como professora de Arte, colunista e consultora cultural, curadora, artista plástica, fotógrafa, ensaísta, fotógrafa e palestrante. Possui em seu currículo, mais de 15 exposições individuais e mais de 100 coletivas (nacionais e internacionais), além de participações em Salões de Arte. Por sua atuação tem recebido homenagens e prêmios em São Paulo e no Paraná.
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