Fotografia de Isabel Furini |
O BANCO DA PRAÇA
o banco da praça parece vazio
mas sobre ele serpenteiam
versos dormidos
os versos esperam o jovem poeta
que reinventará universos
aperfeiçoará a estrutura
costurará as palavras
(com cautela)
e preservará a essência
porque os versos
são duendes invisivéis
manifestados em palavras e em sonhos
e a Poesia
é uma Musa matreira
que deseja sensibilizar o mundo.
Isabel Furini
O XAMÃ EM SUA CADEIRA BARCELONA
O xamã sitia espaços sibilinos e descobre oníricas couraças.
Na textura das palavras
desvenda temores infantis.
No leque das frases,
libélulas de esperança.
Desafia lembranças perdidas em olhares despedaçados,
vasculha terrores noturnos,
farpas de ódio
e amores perdidos.
O psicanalista indaga e silencia.
Invade os pesadelos
e encontra princesas esquecidas.
Por fim, descobre os subterfúgios
e assinala trilhas desconhecidas
nas curvas da espessa linha do tempo
(subjetiva).
Sementes de lembranças crescem
entre as cinzas do esquecimento,
o xamã
(sentado em sua cadeira Barcelona)
espera calmamente pelo milagre do renascimento.
Isabel Furini
PEREGRINO
o jovem poeta arquiteta
seu plano sobre o caderno
ele é o imperador
de um mundo soñado
ele é um eterno peregrino
perdido na escuridão dos tempos
e no oceano dos sentimentos
e no oceano dos sentimentos
ambiciona erguer castelos
de versos
construídos com suas palavras
e alimentar florestas com seus silêncios.
Uma tatuagem é desdobramento do instinto em imagens,
orbe de conceitos
chicoteados em flor, ou âncora, ou astro
(caos de imagens)
silêncio angustiante e selvagem cinzelado no corpo.
Uma tatuagem é labirinto de conceitos
(metálicos),
gravura de emoções desafiando a impermanencia
e os preconceitos,
áspera formiga desfiando um a crosta de um relógio vermelho
(no quadro de Dalí).
E, às vezes, às vezes, uma tatuagem
é como a fita de Moebius,
arco do tempo,
voz metafísica do universo
imprimindo o sonhos na epiderme do eu.
Isabel Furini
Boa tarde Isabel Furini, belas poesias, parabéns!Uma bonita semana, abraços, Van.
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