ESPIRAL
Em tempo de decalcar expressões,
Levantam copos como se espadas
E trava-se uma batalha acirrada
Entre personalidade e sensibilidade...
É quando cai a cortina
Ouvem-se aplausos
As luzes se revelam
Movem-se cadeiras para libertar corpos
E encerra-se um espetáculo.
A cena perde o foco.
O que fica?
Um ponto de luz no meio do túnel.
Osmarosman Aedo
– QUANDO VEIO O PRINCÍPIO –
(o avanço é inocente)
Sede composta de fluidos energéticos
E que se consuma tua criação com orações de luz
Para que tua Graça se complete, quando de ti,
Possas ordenhar ovelhas e arar pastos
Para que tua vida transborde plena de sabedoria...
Sede respostas
De perguntas adormecidas no universo
E compartilhe tuas conquistas espirituais com tuas vontades,
Imortalizando tuas virtudes imaculadas...
Sede próspera
Sem que preciso seja, limitar-se aos teus clamores,
E comprometa-se com o que de ti
Assemelhe-se a grãos de areia
Neste infinito oceano de perdas e ganhos,
Que te encobre de oportunidades
Todas as vezes que parecerdes náufraga...
Sede tua
Antes que te assumam, “posse”
E jamais se permita navegar em pensamentos
Que de ti não procedam.
Agora MPB, ergue-te
De onde pensastes ser apenas uma mão
E crê que foram tuas orações,
Responsáveis pela força que te toma neste momento,
Deste limbo sem razão.
Osmarosman Aedo
– ABREVE À PRESSA –
Os dias de luto
Que sucederam os dias de luta
E que mancharam os dias de luz,
Retêm a forma mais sinistra de salvar um trem:
Descarrilá-lo e deixá-lo desvirar dos trilhos que o suporta.
Os outros dias
Que foram de chuva
Que suportaram
Dias de lama
E que ironicamente
Inundaram meus olhos,
Hoje, detém a quantidade exata
Da quantidade de que precisa o herói,
Para parar o trem antes que colida com a razão.
E vou presenciando (dias de agora),
Dias de luto em dias de chuva
Conspurcarem dias de nada que de fato nadam,
Enquanto o pranto que procura o manto
Tudo sabe de quantos nada respira um corpo,
Para sobreviver aos naufrágios das perguntas.
E sobe o rito,
E desce o filo,
E cresce o sítio e o estado de
E entra em crise o grito
da garganta.
Morre a pressa… Sabendo que ia.
Osmarosman Aedo
SOLITARIADO
Devo calar-me
Ante esse descontrole emocional
Mesmo entendendo suas razões...
Devo calar-me
Antes de ver sua agressividade
Tomá-la de assalto,
Como nesses últimos dias
Quando esperançado em obter carinho,
Nem em suas palavras conforto, encontrei...
Antes do amanhecer devo calar os pensamentos
Pois aturdidos, debatem-se nas chamas
Carentes dos sentimentos
Nesse aportável homem das cavernas.
Antes de outra oportunidade
Devo calar-me mesmo com o tapete que estendi
Pronto para sustentar seus pés de fuga,
À procura de túneis fechados
Que ousem lhe ultrajar... Há luz no fim do túnel, sim...
Devo calar meus querer
Mesmo sabendo que se escondem
Sob a sombra se sua alma;
Devo calar minha vontade
Cansada de por tantas vezes recuperar seu coração,
Para receber-me, sem a certeza
Que é você quem virá junto com ele;
Devo calar meus olhos
Pois de tanto tangerem os seus
Quais luminosos estão sempre à beira do horizonte,
Já confundem gaivotas com você;
Fotografia de Isabel Furini |
Para não vê-lo desgovernado,
Invadindo corpos sem luz;
Devo calar minhas mãos
Qual poeta ao usá-las não faz outra coisa
Senão descrevê-la em detalhes, denominando-as musas
Numa insanidade tão abundantemente criativa,
Que ousaram perguntar-me: ONDE ENCONTRASTES TAL CRIATURA?
E são estas mesmas mãos mágicas
Que agora obstruem minha boca
Para calar-me diante do que ficou em mim, de você.
Osmarosman Aedo
Osmarosman Aedo é soteropolitano e reside em Curitiba. Escritor-poeta, produtor, músico, cantor, arranjador e compositor é membro da IWA (International Writers and Artists Association), membro honorário da ALALF (Academia de Letras e Artes de Lauro de Freitas-Ba), Acadêmico na ACCUR (Academia de Cultura de Curitiba) e membro do movimento Poetas del Mundo.
Participou das Antologias: International Poetry, 1992-93-94-95 pela IWA (Ohio U.S.A); World Poetry (Índia) em 1992; "Vozes da Alma" pela Confraria de Autores em 2012; Conexão (Feira do Poeta), e outras.
Possui dois livros publicados, “Epitáfio, o livro dos vivos”, lançado pela Editora Instituto Memória em 2015, e “Semear, palavras como sementes em bico de pássaros”, edição independente, lançado em 2016.
Segmentos, sejam em qual instância estejam, são frutos de uma lapidação consciente que o ser humano (todos), procedem em suas vidas na intenção de melhorar suas ações neste planeta. Por mais isto, meus tantos segmentos, burilados com o passar dos anos, estão em evidência provocando encantamento pelos caminhos em que passo ou, me são permitido passar. E, quando encontramos pessoas que nos dão a mão e a compreensão, como Isabel Furini e Carlos Zemek, temos a certeza que não só encantamos nossos caminhos como aqueles que neles, ao nosso lado, encantamos. Obrigado a Isabel Furini, ao Carlos Zemek e à Revista Carlos Zemek Arte e Cultura pelo desempenho em estender-se até nós (artistas lutadores), e nos alcançar sempre, com o apoio de que precisamos.
ResponderExcluirESPIRAL, a brevidade da vida e o términa da cena teatral; Quando Veio o Princípio... elucidação perfeita à vida e um alerta ao ser vivente e então ABREVE Á PRESSA, vem definir nossos dias, bem atual, fechando essa maravilhosa apresentação de poemas com SOLITARIADO, que parece um hino ao amor, apaixonante na singeleza das palavras, na formação caprichosa dos versos. Tenho orgulho de sabe-lo meu amigo, Osmarosman Aedo. Parabéns Poeta e Profeta do Mundo. Parabéns à Revista Carlos Zemek Arte e Cultura.
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