José Feldman: Trovas sobre Saudade

1
A saudade é dor pungente,
tão  terrível como o açoite,
a açoitar a minha mente,
seja manhã, tarde ou noite.



2
Debruçado na janela,
eu vejo o tempo passar.
Saudade que me flagela,
por quem não irá voltar.



3
Quando olho pela janela,
os passarinhos cantando,
a saudade se rebela
e a tristeza vem chegando.



4
O nosso amor foi quimera,
que acabou em tempestade.
De um belo jardim que houvera,
ficou de herança a saudade…


5
Neste dia, apaixonado,
em um tempo que passou,
eu era o seu namorado,
mas a saudade levou.

6
Num retrato amarelado,
a saudade em mim doeu.
Ontem, meu pai ao meu lado
sem ele, hoje o pai sou eu.

7
Hoje, a saudade me envolve
e me cobre com seu manto...
Meu coração se dissolve,
implorando o teu encanto!


8
Me envolvi em seus abraços,
em busca do seu carinho.
Hoje longe de seus laços...
Saudades de nosso ninho!


9
Ontem, andei nas florestas,
colhi flores… tanto amor!...
Hoje…as horas são funestas,
só saudade e muita dor.



10
Na lagoa da saudade,
onde me afogo no pranto,
este amor “por crueldade”
dissipou-se por encanto.





11
Paixão não se debilita…
mesmo longe, ainda te vê.
Qual bandeira em que está escrita
a saudade por você.


12
Pai, quanta saudade eu tenho
dos nossos tempos de outrora.
Sem você não me contenho...
A tristeza me devora!



13
Minha saudade é uma tocha…
e a fagulha de meu verso,
qual uma flor desabrocha
perfumando o universo.



14
Quando se perde um amigo,
sofre-se uma eternidade…
O coração acha abrigo
só na estação da saudade.


15
Saudade dos beijos seus,
parece ser minha sina.
Revejo no triste adeus…
o seu perfil na neblina.


16
Saudade... é igual à tristeza
de quem,  ao partir num trem,
na estação deixa a incerteza
e, no lenço...o amor de alguém!


17
Saudade...espelho quebrado,
com cacos por todo o chão,
que ao deixar-me angustiado
faz sangrar meu coração!


18
Saudade…palavra azeda,
que carrega o entristecer…
Lembrança, qual labareda,
em eterno anoitecer.


19
Saudade!… Por que magoa,
me causando tanta dor?
Minha alma é triste canoa,
perdida no desamor!


20
Saudade, por que viestes
morar em meu coração,
no instante que estava prestes,
a esquecer esta paixão?


21
Saudade que me devora.
Saudade... de teus carinhos.
Saudade que a toda hora,
vem me matando aos pouquinhos.


22
Saudade, sina cruel
que parece não ter fim,
fizeste do meu vergel,
deserto...dentro de mim!

José Feldman


Prof. Dr. JOSÉ FELDMAN, Ph. I. é  Presidente Estadual do Paraná da Academia de Letras do Brasil/PR; Doutor em Filosofia Universal - Ph.I. - Filósofo Imortal "Honoris Causa" em reconhecimento a produção univérsica filósofa/literária de efeitos e repercussões internacionais; recebeu  a Medalha do Mérito Litero-Cultural Euclides da Cunha; faz parte da Confraria Brasileira de Letras, Movimento União Cultural - Coordenador Adjunto do Núcleo Maringá/PR;  União Brasileira dos Trovadores /Delegacia de Arapongas/PR -Trovador e Auxiliar de Delegado; Membro da Associação Poetas Del Mundo. Acadêmico correspondente:Academia de Letras do Brasil/ Suiça - Membro Correspondente: Academia de Letras do Brasil/ Suiça - Cadeira n. 145 - Patrono: Mário Quintana; Academia de Letras de Teófilo Otoni/MG; Academia Formiguense de Letras/MG;

Blogs: http://singrandohorizontes.blogspot.com.br

Almanaque Chuva de Versos: http://independent.academia.edu/JoseFeldman

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