SONETO A ILUSÃO
Foi um vento que passou...
Vento forte, ventania...
Minh'alma nua ele soprou,
De versos novos vestia.
Agasalhou as ilusões,
As dores de uma alma fria...
Coração em pulsações,
O sangue nas veias corria.
Renasci dos versos teus,
Entregando a doces linhas,
De corpo e alma... Beijos meus...
Percebi nas entrelinhas,
Um gosto mui amargo e ateu.
Lúdico amar... Tão só meu.
Leny Mell
PALAVRAS
Uso e abuso do alfabeto
Nele encontro a força das palavras.
E na ponta da caneta
Nascem as letras.
Vem o texto e o seu contexto
Que me trazem alento
As palavras antes então
Cobertas por um véu
Abafadas, cálidas
Dentro do meu peito
Vem para o papel.
Leny Mell
QUERO SER EU
Hoje quero ser eu,
Sem ponto, sem vírgula
Sem reticências.
Vou sair por ai,
Não pedirei perdão
Dos meus atos.
Vou tirar meu salto fino,
Dançar beira ao mar,
Sob o som de um violino.
Vou cantar...
Bater palma...
Ouvir minha risada,
Sem me importar
Quando as ondas molharem
O meu vestido de tafetá.
Vou brincar de brincar,
Com crianças desconhecidas.
Dizer olá a todos que passarem por mim,
Sem ter que fingir.
Quero parar tudo e sorrir.
Deixar pingos de chuva
Molharem o riso meu.
Abrir os meus braços,
Mergulhar fundo,
Encontrar o meu eu.
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