A Hora do Planeta
Dorme Planeta, dorme-
Fecha os olhos multicoloridos ,
feridos de poluição e fumaça de queimadas,
respira suavemente, os teus verdes pulmões
em fole sempiterno,
recupera teus ritmos, escuta os sons da noite,
insetos, asas, cantos,piados, cicios,
cios, aves noturnas e animais de couro
ouve cada gotícula que escorrega e lambe reentrâncias,
a construção das estalagmites e estalictites, lentíssima, dentro das cavernas,
a eclosão dos botões flores que se abrem,
a explosão das bagas e a inquietação da semente
que está sob a Terra Mãe,
as cantigas das águas em seus leitos, a correr perenes,
as folhas que docemente caem ao chão,
o avançar das raízes subterrâneas e a caída das aéreas.
Descansa Planeta
Por uma hora absolutamente natural,
Os homens de Bem querem velar teu sono...
Descansa teus ouvidos poderosos,
Freme as narinas de teu olfato detalhado,
Sente , através de teus milhões de poros,
Os toques contínuos de tudo que é vivo e existe para a tua beleza.
Que nessa hora de repouso universal,
os humanos não sofram incestos nem estupros,
nem sejam atingidos por balas perdidas.,
que descanse da energia elétrica,
do excesso de eletrodomésticos ligados
continuamente, da claridade artificial do néon...
Dorme Planeta, dorme, enquanto recuperamos
nossos ritmos circadianos e voltamos a ser interligados
às tuas conexões revitalizadoras.
Dorme, é a tua hora:a Hora do planeta...
Clevane Pessoa
Arte Digital de Carlos Zemek |
Missão
as belezas da flora,
verdes em mil tons
magia de luz solar (ou lunar?),
nuvens barcas a navegar
num céu anilíssimo.
E o lilás curativo,
que cure o Planeta Terra,
neste Dia da Poesia
coadjuvante emissária
de todas as suas maravilhas,
competente estagiária,
onde a humanidade, estacionária
temporária,
precisa repensar a Paz,
fazer os devidos melhoramentos
e consertar os desgastes e destruições
que a mão dos habitantes
causou...
Clevane Pessoa de Araújo Lopes
Dia Internacional da Poesia, 21 de março
Belo Horizonte, MG
Novidade
Amarei às margens do tempo.
Amarrei às margem do rio fertilizador,qualquer contratempo.
Amargurei no meu antes, as dores de perdas definitivas.
Amar assim ,desprendida, confiante, sem temores
Prova-me que a experiência é nova
e plena de paciência
sapiência
coerência.
Renova-me.
deixarei para trás a pele
de cobra de vidro.
O rocio formará uma fina camada de cristal
curativo e protetor.
e sei que quando necessário, em rito primário.
desnudarás de leve a nova pele,
apresentarás a mim mesma
a nova mulher
que escapou de seu dilúvio
de seu fado,
de seu temor.
Clevane Pessoa
março 2017
A Morte do Poeta
Ele relutou em deixar a Terra,onde amara
mais que todas as outras criaturas...
Com a mão trêmula,escreveu
seus versos derradeiros,
abriu as grandes asas transparentes,,
ocultas aos olhos dos demais,
exceto dos que também eram
emissários da poesia,
fechou os olhos para morrer...
E foi então os anjos,aos sons de cítaras,
flautins,vilinos,saltérios,
o acordaram mansamente.
E foi aí que o Poeta soube que até então,
estivera sonhando
e só agora a vida verdadeira começava...
Belo Horizonte,Minas Gerais
Palavra de Poeta
In/margem/ação
às orlas do tempo
des/limites
As águas dos dias
- sangrantes açudes, contidas lagoas,
tsumanimes, trombas d’água,
fontes contínuas
riachos e igarapés
alimentam rios e correm
para o mar.
Chuva que alimenta ou destrói.
Imaginação.
Ímã
ilação
gama de desejos vãos
acumulados ou diluídos
nas mãos de sonhos im/possíveis
escritos por todos os poetas.
Clevane Pessoa
Belo Horioznte, 14 de março, Dia da poesia
LEER A CLEVANE PESSOA ES TOPARSE CON UN LENGUAJE Y UNA RIQUEZA POÉTICA QUE HACE DE CADA TEMA UNA REVELACIÓN.LOS POEMAS AQUÍ PRESENTADOS SON MARAVILLOSOS:CÓMO NO REFERIRME AL TITULADO "LA HORA DEL PLANETA" GRITO DE LARGO ALIENTO QUE CONFRONTA LA REALIDAD DE ESTE MUNDO CARCOMIDO,DEVORADO POR LA IRRESPONSABILIDAD Y CODICIA HUMANA.HE AHÍ LA GRANDEZA LÍRICA DE LA POETA QUE NO SOLAMENTE NOS HACE REFLEXIONAR SINO QUE NOS DESPIERTA LA CONCIENCIA PARA TOMAR UNA POSICIÓN REAL Y LEAL FRENTE AL PLANETA QUE NOS PERETENECE A TODOS.MI ABRAZO Y ADMIRACIÓN A CLEVANE PESSOA POR LA FUERZA QUE IMPRIME EN CADA UNO DE SUS VERSOS.
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