Quadro de Carlos Zemek |
ÇUNCÊKIÂNAKÓT, PIUNTUÉ
(*) Mhario Lincoln
E o olho
que a tudo vê
foge do labirinto
foge do absinto
Aricoçá-uaitê *1
E o olho
que a tudo quer
foge do outrora
foge do agora
Çuncêkiânakót, piuntué. *2
E o olho
que busca amar
foge da solidão
foge da ilusão
Oh, Djunuá, Djunuá! *3
Abaeté *4
Txukahamãi puka kukren
Juruna puká kukren kati
Adjun Akati
Adjeine Aringró
Atxim baaten
Baikatú Baikatú
(Guerreiro Txukahamãi come terra)
(Guerreiro Juruna não come terra)
(Espera aí. Vou Amanhã)
(Como um raio no céu)
(Na luz, vou embora)
(Estou cansado, cansado...).
Mhario Lincoln
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*1 "Não estou passando bem'. Língua do grupo indígena Mawé/Brasil
*2 "Linda donzela". Língua do grupo indígena Kaipó/Brasil
*3 "Pai". Língua do grupo indígena Mentuktire (txukahamãe)/Brasil
Últimos versos: Língua do grupo indígena Kaipó/Tronco Macro-Jê/Brasil
*4 "Abaeté" é um termo oriundo da língua tupi e significa "homem verdadeiro", junção de abá ("homem") e eté ("verdadeiro").
Nota do autor
(*) Este poema é uma interpretação poética. Não uma tradução. Participou de um Concurso sobre o 19 de Abril. Foi Menção Honrosa. 1989/Brasília-DF.
Bom dia, que bela poesia sobre a tela de Carlos Zemek, palavras bem construídas e a valorização da linguagem indígena.
ResponderExcluirParabéns, pelo belíssimo trabalho, na Cultura!