Isabel Furini: Labirinto e outros poemas


Labirinto de papel


sombras sobre o palco
o mundo de papel é destruído
pelas traças
e a realidade quebra a ilusão do mundo

o poeta observa o mundo do avesso
descobre paragens de espanto
avança
desvela o mistério
da criação poética
e dança
no labirinto da subjetividade

nos muros do labirinto
sobrevivem fragmentos do passado
imagens e palavras
e as dúvidas ocultas nas retinas
que em surdina
perguntam sobre amores quase olvidados.

Isabel Furini
Arte Digital de Carlos Zemek
ISOLADO

o poema faz uma marca na ampulheta
(tenta acelerar o tempo)

o poema ama as flores do jardim
mas odeia ficar isolado no caderno
e fazer parte do conjunto de trastes velhos
esquecidos no porão



TAMBOR

O poeta é tiranizado
por rompantes de instintos
e de sentimentos

ao som do tambor
oscila sua mente
e o poeta é arrastrado
pelas águas do inconsciente.

Isabel Furini








Comentários

  1. Boa noite Isabel Furini, belos poemas e linda imagem!Parabéns a você a ao Carlos Zemek! Abraços, Vanice.

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