ECLIPSE
O sol vive amargurado
sem ninguém pra conversar,
nem estrelas, ao seu lado,
que pudessem cintilar.
Fulgurava, tanto, tanto,
com seu brilho tão bonito,
que as estrelas, pelo encanto,
se apagavam no infinito.
Soube que elas aparecem
só à noite pra brilhar,
pois, ao rei sol, esmaecem,
escondendo o cintilar.
Sem perder sua paciência,
esperou o dia certo...
E não é que a providência
o deixou boquiaberto!
Viu a lua, em pleno dia...
Não parava no lugar.
Assim mesmo a perseguia
pra poder se enamorar.
Encontrando a amada sua,
começou por ofuscar...
Era o sol beijando a lua
em pleno eclipse solar!
Lá nas terras de Pinhais,
de eloquência predileta,
com seus versos magistrais,
nasce Emiliano, o Poeta.
Na Escola Paranaense,
o Ginásio foi quem deu
a instrução que lhe pertence
pelo esforço que empreendeu.
Estudou com Rocha Pombo,
Nestor Victor e Correia,
e neste estudo de arrombo,
esculpiu a sua veia.
Foi poeta, jornalista,
advogado, promotor;
da cultura, um simbolista,
da eloquência... Foi Doutor!
Através de Casimiro,
Castro Alves, com seus temas,
entre folhas de papiro
publicou os seus poemas.
Em São Paulo o seu fascínio,
com amigos – grande é a lista –
se formou com Patrocínio...
Se fez abolicionista.
De influência a Baudelaire,
contra o parnasianismo,
fez do estilo o seu mister,
se entregando ao Simbolismo.
Emiliano foi ao Rio,
e voltando, categórico,
abraçou-se com Dário
no Instituto Pitagórico.
Com Vellozo – ai, quem me dera –
Emiliano, já inspirado,
nas Festas da Primavera...
“Hércules” foi declamado!
Dominando, fundo, as letras,
para a nossa identidade,
fundou um Centro de Letras...
Nos deu a Universidade.
Na eloquência, era um atleta,
nos poemas, magistral;
se fez Príncipe Poeta
desta terra cultural.
O seu nome está gravado
na rua da capital,
e também é homenageado
nesta Escola Estadual!
Poucos são os Emilianos
que nos deixam boa imagem...
Nos cento e cinquenta anos
lhe fazemos esta homenagem!
Nei Garcez
EMILIANO PERNETA - 03/01/1866-Pinhais +19/05/1921-Curitiba (55 anos)
Poema escrito por Nei Garcez, em Curitiba, 08 de maio de 2016 - 150 Anos de Emiliano Perneta
Nei Garcez |
Ao longo da vida, espontaneamente, “utilizando-se de palavras sonoras”, compunha poemas, quadrinhas e trocadilhos e os engavetava. Mais amadurecido, no início dos anos 90, compôs o Hino da Polícia Científica. Disseram-lhe que era poeta ... Filiou-se à União Brasileira de Trovadores, e a Academia Paranaense da Poesia, em Curitiba. Conquistou vários troféus e certificados de Trovador, tanto no Brasil, como em Portugal, Chile, México, Argentina, Panamá e Peru.
Produziu um elenco de trovas pedagógicas para trabalhar com alunos da 6ª e 7ª séries do Ensino Fundamental, ensinando, através da própria poesia, Português, História, Geografia, inclusive a Matemática, tudo, praticamente, em trova, propiciando, um ambiente lúdico, pedagógico e agradável.
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