Enredo
José Costa (personagem central da obra) vive no Rio de Janeiro. É casado com Vanda, que engravidou num momento em que ele se sentia despojado de amor próprio. Gerou Joaquinzinho. Na qualidade de sócio-proprietário da Cunha & Costa Agência Cultural, fundada pelo amigo de infância, Álvaro Cunha, seu trabalho é escrever para outras pessoas discursos, declarações, notas e artigos inteiros que, não raro, alcançam sucesso, são comentados, forjam jargões, mas o mantêm anônimo.
Sua solidão, contudo, é relativa. Existem tantos como ele espalhados pelo mundo que chegam a se reunir em congressos mundiais de escritores desconhecidos. Na volta de um desses eventos, realizado em Istambul, Turquia, seu avião é desviado para Budapeste, Hungria, onde pernoita. Como ninguém por lá sabe pronunciar José Costa, surge, então, Zsoze Kósta, um brasileiro apaixonado, ou melhor seduzido, subjugado pela língua magiar a ponto de passar a viver com a bela Krista, mulher que lhe ensina o novo idioma.
É do diálogo (monólogo?) entre os dois personagens que se alimenta Budapeste, quarto livro de Chico Buarque, que o escreveu na sua casa no Rio de Janeiro e no apartamento em Paris.
Fonte: https://www.passeiweb.com/estudos/livros/budapeste
Fotografia de Isabel Furini |
Em 2017, visitei o local, que fica na parte norte da Califórnia. Eu pensava que a casa estaria longe da parte movimentada da cidade, mas está em um local movimentado. É enorme, e, de longe, pode-se enxergar a parte superior da mansão.
A história da construção dessa mansão faz referência aos fantasmas das vítimas de armas fabricadas pela fábrica Winchester. Alguns afirmam que Sarah se sentia responsável pelo enriquecimento com armas. Sentia-se culpada. Sua filha morreu ainda criança. Anos mais tarde faleceu seu sogro e seu marido. Um medium falou que a maldição da família Winchester tinha a sua origem na venda de armas. Sarah acreditava ver os mortos andando pela casa.
A construção começou em 1884 e continuou até a morte de Sarah, em 5 de setembro de 1922. Os trabalhos eram realizados dia e noite, sem parar. A construção tinha como finalidade sossegar a ira dos espíritos. Sarah mandou construir escadas que não levavam a nenhum lugar. Também havia salas construídas sem nenhuma finalidade. O objetivo não era construir uma casa para morar bem, o objetivo era construir uma casa para acalmar os espíritos.
A história dessa casa é de arrepiar, e é verdadeira. Eu não acredito que a vida imite a Arte - é sempre a Arte que imita a vida. E o drama de Sarah Winchester é o drama de uma vida.
Isabel Furini
Presidente da AVIPAF
Cadeira 1
Fotografia de Isabel Furini |
Cercada pelos espíritos
acossada pela culpa...
pobre Sarah! ela nunca
desejou matar ninguém
mas eram poderosas
e feriam e matavam
as armas que Winchester
fabricava
pobre Sarah!
o destino traiçoeiro
lhe deu infortúnio e fortuna
e sua vida foi arrassada
pela força dos ventos
como uma fruta madura
pobre Sarah, solitária
ouviu de boca de um médium
que os espíritos a acossavam
e para as almas em pena
era preciso uma casa
durante 38 anos
a casa em construção
era quase uma oração
feita de salas e escadas
essa era uma maneira
de Sarah pedir perdão.
Isabel Furini
Presidente da AVIPAF
Cadeira 1
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UM LAR PARA OS MORTOS
É noite na alma
e Sarah navega sobre o mar profundo
de dúvidas e culpas
sua alma volta os olhos para o próprio rosto
ela pensa que a morte é um exílio involuntário
no qual as almas refletem as armas Winchester
Sarah ouve os gritos de mortos e feridos
e um médium sustenta que o único auxílio
está estruturado na esfera do bem realizado
para esses espíritos sem luz, derrotados
Sarah oferece uma casa: a mansão Winchester.
Isabel Furini
Presidente da AVIPAF
Cadeira 1
Fotografia de Isabel Furini |
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