O Carnaval é uma das maiores festas do mundo e no Brasil é muito festejado. Temos muitos problemas, corrupção, violência, trânsito, mas sabemos fazer festa que é uma beleza!
ONDE TUDO COMEÇOU
Muito se diverge quanto a origem do carnaval, para alguns pesquisadores o carnaval surgiu dos bacanais e a festejos na Roma Antiga, em homenagem ao deus Dionísio ou Baco; para outros está ligado a celebrações em homenagem à deusa Ísis ou ao deus Osíris, no Antigo Egito. Uma outra corrente acredita que a festa iniciou com a adoção do calendário cristão. Do nome Baco, surgiram bacana e bacanal do grego. Nos bacanais como você já deve supor ocorria de tudo um pouco. No entanto, não era apenas festas regadas a muito vinho e sexo, havia também as fantasias; o rico se vestia de pobre, o pobre de rico, mulher de homem, homem de mulher, o escravo de patrão, o patrão de escravo e o que a imaginação mandasse. Na Antiga Babilônia, um prisioneiro era escolhido e durante 3 a 5 dias viveria como rei, podendo comer o que quisesse e até dormir com qualquer mulher, até a rainha, mas depois era enforcado. As festas em homenagem ao deus Baco influenciaram e motivaram as primeiras peças de teatro como a commedia dell arte na Itália no Renascimento.
A FESTA QUASE ACABOU
Com o fortalecimento da Igreja Católica seus representantes logo pensaram num jeito de acabar com a festa pagã. Então no século VIII, as festas passaram a ser realizadas antes do período religioso. No século XII o Papa Gregório definiu 40 dias de jejum para relembrar os sacrifícios de Jesus Cristo. A palavra carnaval deriva do latim, carnis levale, que significa retirar a carne. Na Quaresma é importante a abstinência sexual, jejum e ajuda ao próximo. O carnaval não tem uma data precisa, pois tem que acontecer quarenta dias antes da Páscoa.
ABRAM ALAS PARA O CARNAVAL
CARNAVAL NO BRASIL
No período colonial, a tradição vinda de Portugal, primeiramente era feita apenas dentro das casas, chamado entrudo, dar entrada, era algo mais privado. Em algumas destas festas os escravos participavam. Isto não durou muito tempo, logo o privado foi para o particular com bailes de salão, influência francesa, como vemos até hoje com as fantasias de pierrot, arlequim e colombina. No século XIX, após a independência do Brasil, as festas no Rio de Janeiro ficaram cada vez mais animadas. Chiquinha Gonzaga compôs o famosíssimo “Abre Alas”. Pianista, compositora, maestrina, feminista, casou-se aos 52 anos com um garoto de 16 anos com quem conviveu até sua morte quando tinha 80 e poucos anos. Sabem qual é o nome disto: Gerontofilia (grego: Geron, que significa velho; e philie, amor). Dá pra imaginar o quanto a carioca Francisca Edwiges Neves Gonzaga, num período que as músicas eram polcas, tangos e valsas, criar uma marchinha para o carnaval! Este foi o segundo casamento de Chiquinha Gonzaga, pois seu pai “acertou” seu casamento quando ela tinha 16 anos. Depois de cinco filhos, separou-se. Um escândalo em 1877, uma mulher separada. Chiquinha foi atrás do seu sustento com o que sabia fazer de melhor, a música. Foi tanta novidade que não havia a palavra feminina para maestro. Ela deu aulas particulares de piano, apresentou-se com músicos, em teatros, vendeu composições. Mulher de atitude, abolicionista. No Rio de Janeiro e em São Paulo a elite desfilava em carros enfeitados. Afoxés, frevos e maracatus também passaram a fazer parte da tradição cultural carnavalesca brasileira. Marchinhas, sambas e outros gêneros musicais também foram incorporados à maior manifestação cultural do Brasil.
Katia Velo é artista plástica, professora e colunista cultural.
ONDE TUDO COMEÇOU
Muito se diverge quanto a origem do carnaval, para alguns pesquisadores o carnaval surgiu dos bacanais e a festejos na Roma Antiga, em homenagem ao deus Dionísio ou Baco; para outros está ligado a celebrações em homenagem à deusa Ísis ou ao deus Osíris, no Antigo Egito. Uma outra corrente acredita que a festa iniciou com a adoção do calendário cristão. Do nome Baco, surgiram bacana e bacanal do grego. Nos bacanais como você já deve supor ocorria de tudo um pouco. No entanto, não era apenas festas regadas a muito vinho e sexo, havia também as fantasias; o rico se vestia de pobre, o pobre de rico, mulher de homem, homem de mulher, o escravo de patrão, o patrão de escravo e o que a imaginação mandasse. Na Antiga Babilônia, um prisioneiro era escolhido e durante 3 a 5 dias viveria como rei, podendo comer o que quisesse e até dormir com qualquer mulher, até a rainha, mas depois era enforcado. As festas em homenagem ao deus Baco influenciaram e motivaram as primeiras peças de teatro como a commedia dell arte na Itália no Renascimento.
Fotografia de Isabel Furini |
Com o fortalecimento da Igreja Católica seus representantes logo pensaram num jeito de acabar com a festa pagã. Então no século VIII, as festas passaram a ser realizadas antes do período religioso. No século XII o Papa Gregório definiu 40 dias de jejum para relembrar os sacrifícios de Jesus Cristo. A palavra carnaval deriva do latim, carnis levale, que significa retirar a carne. Na Quaresma é importante a abstinência sexual, jejum e ajuda ao próximo. O carnaval não tem uma data precisa, pois tem que acontecer quarenta dias antes da Páscoa.
Chiquinha Gonzaga |
CARNAVAL NO BRASIL
No período colonial, a tradição vinda de Portugal, primeiramente era feita apenas dentro das casas, chamado entrudo, dar entrada, era algo mais privado. Em algumas destas festas os escravos participavam. Isto não durou muito tempo, logo o privado foi para o particular com bailes de salão, influência francesa, como vemos até hoje com as fantasias de pierrot, arlequim e colombina. No século XIX, após a independência do Brasil, as festas no Rio de Janeiro ficaram cada vez mais animadas. Chiquinha Gonzaga compôs o famosíssimo “Abre Alas”. Pianista, compositora, maestrina, feminista, casou-se aos 52 anos com um garoto de 16 anos com quem conviveu até sua morte quando tinha 80 e poucos anos. Sabem qual é o nome disto: Gerontofilia (grego: Geron, que significa velho; e philie, amor). Dá pra imaginar o quanto a carioca Francisca Edwiges Neves Gonzaga, num período que as músicas eram polcas, tangos e valsas, criar uma marchinha para o carnaval! Este foi o segundo casamento de Chiquinha Gonzaga, pois seu pai “acertou” seu casamento quando ela tinha 16 anos. Depois de cinco filhos, separou-se. Um escândalo em 1877, uma mulher separada. Chiquinha foi atrás do seu sustento com o que sabia fazer de melhor, a música. Foi tanta novidade que não havia a palavra feminina para maestro. Ela deu aulas particulares de piano, apresentou-se com músicos, em teatros, vendeu composições. Mulher de atitude, abolicionista. No Rio de Janeiro e em São Paulo a elite desfilava em carros enfeitados. Afoxés, frevos e maracatus também passaram a fazer parte da tradição cultural carnavalesca brasileira. Marchinhas, sambas e outros gêneros musicais também foram incorporados à maior manifestação cultural do Brasil.
Katia Velo é artista plástica, professora e colunista cultural.
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