Chuva
quando chovem negativos sentimentos
e as palavras rodopiam com o vento
e sem arrependimento avançam
pela hipotenusa da memória
precisamos do guarda-chuva do discernimento
e de um pouco de talento para reunir as palavras
embelezar a nossa história
e vencer o desalento
escondido nas espirais do tempo.
Isabel Furini
Foto e Arte de Isabel Furini |
Guarda-chuva
no silêncio da garganta um poema escondido
na superfície língua um poema dormido
no sorriso dos lábios
um poema cinzela uma metáfora
que avança e se adere a um guarda-chuva
arrastado pelo vento da manhã
caem o poema e o guarda-chuva
entre as roseiras do jardim das ilusões
e cobertos pelas gotas de chuva
ambos brilham no horário do ocaso
sob os fortes raios do Sol do verão.
Isabel Furini
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