Incorpórea
dos beijos
restou o lanho, rastro
da distância
desfiar o silêncio
e o vestígio do efêmero
alquebrar
o pranto, volver
veludo reverso
sou tecelã
de cintilâncias
Anna Apolinário
Arte Digital de Alejandra Etcheverry |
Ondina
Diante do mar
enredada em seu
envilecido silêncio.
Com olhos arenosos
afasto as memórias
mergulho no saibro
e aprendo
o dialeto árido
das impermanências.
Anna Apolinário
*
Avulsa
O amor inacessível
do primeiro homem:
o apolíneo pai.
Todos os outros
uma linhagem obscura.
Silenciosos e agudos
meninos
repetindo o mesmo
doloroso gesto:
desabrigo.
Anna Apolinário
Anna Apolinário (João Pessoa - PB, 1986) Bruxa, poeta, produtora cultural independente, organizadora do Sarau Selváticas, co-fundadora da Cia Quimera - Teatro & Poesia, colaboradora da Revista Acrobata – Literatura e Artes Visuais, integrante da Coletiva Papel Mulher. Autora dos livros Solfejo de Eros (CBJE, 2010), Mistrais (Prêmio Literário Augusto dos Anjos - Funesc, 2014), Zarabatana (Patuá, 2016), Magmáticas Medusas (Cintra/ARC Edições, 2018), Las Máscaras Del Aire (Poema Colectivo - Cintra/Arc Edições, 2020), A Chave Selvagem do Sonho ( Triluna, 2020), Furor de Máscaras – Poemário automático bilíngue em coautoria com Floriano Martins (Cintra/ARC Edições, 2021).
Redes Sociais: @palavradepandora - @sarauselvaticas - @cia.quimera @achaveselvagemdosonho - Contato: anna_apolinario@hotmail.com
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