A antologia foi organizada pelo professor Edimar Brígido que é Mestre e Doutor em Filosofia pela PUC e por Jordhan Gularte Francisco que é Bacharel em Filosofia e Especializando em Ética e Direitos Humanos.
Esta antologia contou com a participação dos seguintes poetas: Daniel Mauricio, Daniel Pala Abeche, Edimar Brígido, Evandro Melo, Felipe Teider de Godoi, Inocêncio Norte Velho (Leandro Carlos Muniz), Jelson Oliveira, Jordhan Gularte Francisco, Frei Kater Vinicius dos Santos, Regina Maria Bueno Bacellar,Thathyana W. Assad e Thiago Onofre.
Publicada elo Pedro & joão Editores tem dois formatos, impresso e e-Book.
Participam desse e-book Daniel Mauricio e Regina Maria Bueno Bacelar, acadêmicos da AVIPAF - Academia Virtual Internacional de Poesia, Arte e Filosofia.
Lançamento oficial previsto para o dia 29/05/2021 - ambiente virtual.
Na continuação um texto de Edimar Brígido e Jordhan Gularte (organizadores da Antologia)
SER HUMANO:
A POESIA ENCONTRA-SE NO INTERSTÍCIO ENTRE O REAL E O IMAGINÁRIO
O ser humano, hoje esse ser que sabe muitas coisas, não sabe o que é o mundo assim que desembarca nele. Espantado com tudo o que vê, imagina milhares de coisas, situações e relações. É um ser aberto ao aí, ao novo para si, à sua nova morada, mesmo que breve. Quem se é, onde se está, para onde se vai são perguntas que, apesar de silenciosas, transbordam em seu olhar. O perambular da criança é a atitude introspectiva de ir atrás de si, mesmo nesta terra de ninguém. Além disso, não sabendo onde se está, ela cria o próprio espaço, mesmo que, para alguns, imaginário.
O adulto, provavelmente enfeitiçado pelas estórias que seus antepassados criaram, não “perde tempo” e logo trata de retirar a criança do mundo das nuvens; do mundo imaginário. “Você não pode fazer isso”, diz a mãe. “Isso é muito caro, saia de perto!”, fala o pai. “Não ande sem camiseta!”, aponta a vizinha. “Cuidado com a chuva!”; “Fique quieto!”; “Não seja criança!”. Enfim... a conclusão muitas vezes é trágica: “que droga de realidade”, suspira a criança. Nascer, crescer, estudar, trabalhar, endividar-se, aposentar e, talvez o menos desprezível, morrer. É isso o real? É só isso o real? A criança, por fim, relembra de Adélia, sua amiga imaginária, bem como de Pessoa, seu carro voador. É impossível esquecer de Cecília, sua parceira de viagem, a qual lhe prometera que morariam na estrela mais linda dentre todas... Sem perceber, criamos adultos que deixaram de sonhar. Adultos que deixaram de imaginar. Muito se perde quando renunciamos aos sonhos de criança.
Ainda que as coisas sejam assim, o despertar do adulto para uma vida infantil pode ser ocasionado pela poesia. Poetizar é transcender o real rumo ao imaginário. Poetizar é viver o mesmo mundo inúmeras vezes de diversas maneiras, sob muitas e diferentes óticas, é nunca deixar de ser criança, espantando-se diariamente com o que se vê e com o que se imagina. Nas acertadas palavras de Wittgenstein: “O mundo do homem feliz é diferente do mundo do homem infeliz.” É simples assim, basta ver.
É por isso que a coletânea Ser Humano: Antologia Poética, que agora apresentamos ao público, é mais uma tentativa – que deve ser diária – de desprender o olhar da realidade, direcionando-o ao irreal, ao campo das múltiplas possibilidades, no qual o mundo pode ser bem mais divertido e profundo.
Contando com a generosa participação de poetas e poetisas que experimentam a poesia como uma atitude de vida, esperamos que a obra possa fazer despertar boas lembranças em quem a ler. Afinal, a poesia é uma forma de despertar!
Edimar Brígido
Jordhan Gularte
Os Organizadores
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