Nosso entrevistado é o poeta Paulo Roberto de Jesus.
Paulo, fale um pouco de sua caminhada literária.
Começou por acaso e creio que tarde porque já era adulto no início. Tem sido grande o aprendizado. Estou na área. Abaixo cito alguns rastros que deixei pelo caminho durante esta caminhada literária. Livros Autorais: Singularidade do Ser em Verso e Prosa e Reflexos do Ser em Verso e Prosa, Ed. autoral. Participação em diversas antologias tais como: Crônicas da Resistência 2016 Ed. Compactos, Flupp Brasil Novos Autores; Ed. Aeroplano, Conexão Feira do Poeta, Nogue Ed; Websérie Literária Pássaros Ruins, Processo Multiartes; Irreversível Ed. Carreira Literária; Poetas de Além Mar, Chiado Editorial; participação no Documentário Sobre os Negros da Fundação Cultural de Curitiba; participação no documentário sobre o poeta Dario Veloso.
Entrevista com Paulo Roberto de Jesus |
Quando começou a escrever?
Próximo a virada do milênio comecei a escrever literatura. Comecei com poemas, depois vieram os contos, crônicas.
Comente livros de seus autores preferidos.
Difícil porque gosto de muitos. Mas o preferido é Machado de Assis. Gosto do estilo, da escrita, da história de vida. Gosto do Machado como um todo. Minha preferência são os contos machadianos. Mas gosto do Eça de Queiroz e sua Ironia. Ler Kafka me deu um “barulho” aquela agonia do Sansa que virou barata e... Gosto de Dostoiésvski. Os diálogos platônicos são maravilhosos. Anton Tchekhov é maravilhoso. A lista é grande. Há muitos de que um livro ou outro e gostei demais.
Como escolhe os títulos de seus poemas?
A partir da ideia versada no poema. Quando escrevo um poema já tenho o título ou retiro da ideia versada.
Fale de seus livros.
Tanto a Singularidade do Ser em Verso e Prosa quanto Reflexos do Ser em Verso e Prosa são compostos por textos que foram escritos por um período de tempo abrangente, longo. Seleciono vários textos e componho os livros. Tem o poema Metamorfose do livro Singularidade do Ser que tem mais de 20 anos (hoje) e outros textos que foram escritos próximos a edição que foi em 2014. Por isto os livros são plurais e abordam diversos temas ora versados, ora prosados. Há poemas cristãos, poemas com enfoque social, poemas reflexivos e igualmente em prosa. Nos poemas não me prendo a uma ou outra forma poética, antes, verso em diversas formas, sendo a minha preferida a redondilha maior. Gosto do ritmo de cordéis versando assuntos contemporâneos, sociais, sagrados e outros.
Tem alguma técnica para construir os poemas? Inicia com uma ideia, com uma palavra, com uma imagem, etc?
Normalmente é uma ideia que concebo e fica “fermentando” na cabeça por um período de tempo que pode ser curto, mas pode demorar semanas, até mês. Aquilo fica dentro da cabeça e uma hora sai. Mas também posso escolher um tema e versar o poema no ato que tive a ideia de escrevê-lo. Verso instantaneamente poemas quando me convidam para escrever sobre algum tema. Poemas escrevo à caneta. São diversas as maneiras que utilizo pra escrever um poema.
Na sua opinião, a pandemia teve influência positiva ou negativa sobre a criatividade poética?
Em mim teve influência negativa. Até versei sobre o tema. Mas esta tensão nos rapta a atenção. Esta negação da possibilidade de aglomerar, de fazer os saraus poéticos, de viajar em mim fizeram mal. Mas agradeço estar vivo e poder reclamar.
Já recebeu e-mail de seus leitores? Como se sentiu?
Sim. Maravilhosamente bem. Gosto disso, mas os recebo como um feedback, uma informação de que o texto foi bem escrito ou, pelo menos, aquele leitor assim percebeu. Já recebi feedback pessoalmente vindos de pessoas que não esperava. Parece que a informação saiu sem a pessoa querer. É bom demais receber uma informação positiva a respeito de seu trabalho. Estimula a seguir em frente.
Poderia copiar um poema curto de sua autoria para que os leitores conheçam seu estilo? Não precisa ser inédito.
Diálogo com Fernando Pessoa
Pessoa, li o teu versar
Da quantidade de sal
Que há nas águas do mar.
Um pouco era natural
Um pouco era lacrimejar
Era dor, saudade e tal…
Quanto do sal que há no mar
São lágrimas de Portugal?
Porque é preciso lembrar
Do negro a chorar na nau
Da viúva em pranto a fitar
Seu homem arrancado do local.
Podemos então concordar
Nesta questão crucial
Que nem todo o sal do mar
São lágrimas de Portugal.
Fernando é preciso falar
Do indígena tropical
Que muito esteve a prantear
Por ser tratado tão mal.
Então se pode afirmar
De modo justo e imparcial
Muito pouco do sal do mar
São lágrimas de Portugal.
Têm projetos literários para o segundo semestre de 2021?
Não. Pra mim as coisas acontecem. Tenho “fermentado” várias ideias. Vivemos um período difícil socialmente tanto em relação a saúde, quanto em relação a polític
Comentários
Postar um comentário