Viva o Gordo - Crônica de Daniel Mauricio

 

 

 


No ano de 2010, eu e mais alguns amigos resolvemos fazer uma excursão cultural, pois estávamos concluindo o Curso de Direito.  
E não poderia ser de outro jeito, nos organizamos e contratamos um ônibus para irmos até São Paulo para fazer uma visita aos estúdios da Rede Globo, especificamente para assistir e gravar alguns programas do então famoso “Programa do Jô”.
Saímos de Curitiba por volta da meia noite todos eufóricos com a aventura. Quanto mais avançavam-se os quilômetros noite a dentro, iam-se diminuindo os sons, as piadas, as risadas, o “tssss” das latinhas e os barulhinhos das sacolas de plástico.
Buzinas, freadas, barulhos de pneus iam-se perdendo ao vento. Sonolentos, cada um com seu cobertor, ia sendo vencido pelo cansaço.
Ao amanhecer, já estávamos na Capital que nunca dorme. Parada para o café e até um “banho de gato”.
Um passeio pelo shopping e mais tarde um almoço muito “top”, fotos, fotos e muita diversão.
Uma tarde no Ipiranga, histórias, arte, cultura e educação. No Monumento à Independência ainda estavam os restos mortais de D. Pedro I, Dona Leopoldina e dona Amélia, quase em estado de abandono.
A tarde foi caindo de mansinho, mas a nossa ansiedade foi subindo e subindo, pois logo mais estaríamos diante do Grande Jô.
Novamente “banhos de gato”. Roupas, perfumes, pentes, maquiagens, lanches, todos prontos para o show.
Luz - câmera – ação!
Ao som da banda do Bira, todo mundo em pé aplaudia, o mito, o ídolo, o anfitrião Jô Soares, todos em êxtase e com ares, de que inacreditavelmente estavam diante de um deus.
Mas Jô, não tinha a paciência de Jó. Aquece, tamborila, grita, gesticula, manda parar mil vezes se preciso fosse, pois tudo tinha que estar perfeito para estar digno do selo de qualidade do Jô.
Carinhoso com os visitantes e convidados. Mente brilhante e rápida para todos tinha uma pergunta, uma resposta e entre humor requintado, a cultura nunca era deixada de lado e no final era só aplausos com louvor.   

 


Eu como fã declarado, levei 4 (quatro) livros na esperança de poder colher os autógrafos do Jô. E não é que “rolou”. Vim para casa feliz e contente, por ter tido o privilégio de receber muitos “beijos do Gordo”, que os guardo como troféus.
E na volta pra casa, o cansaço foi vencendo a adrenalina que abaixava e até poderia se ouvir os roncos nas poltronas, que foram interrompidos pelo constante estalar de borracha dos pneus.
Quase ficamos na estrada, pois furados estavam logo dois pneus!
Mas ao amanhecer do dia, todos nós “Joãos e Marias” chegamos em nossas casas, com muitas histórias para contar.    
Viva o Jô, viva o Gordo, Viva!!!
 

Daniel Mauricio

Comentários