Aline senta a pequena Dandara de quatro anos ao colo enquanto lhe penteia os cabelos, ela colocara a cama próxima a janela, pois, além do cômodo ser exíguo, quer um momento de partilha com sua filha.
Aline pergunta para Dandara se ela gostou da ceia, a menina lhe diz que estava tudo ótimo, que amou o pequeno violão, os lápis coloridos e o caderno, já que ama desenhar, porém pela segunda vez reclama por não ter uma árvore natalina.
A mãe reage com uma careta, no atropelo de final de ano esqueceu da árvore, pois consumiu todos os recursos para comprar uma casa neste conjunto, são casas de cinco cômodos em lotes pequenos, em curva descendente de tijolos e amianto, que levará vinte anos para ser quitada.
Não gosta dessas árvores comerciais, mas podia ter providenciado um galho bonito, tem tantos na internet, promete para a menina que no natal seguinte terão uma árvore, continua penteando os cabelos da princesa que de repente solta uma exclamação, as duas olham extasiadas pela janela.
Uma imensa árvore com muitas luzes e uma grande estrela apareceu ao fim da curva abaixo, Aline fica intrigada, onde no meio do casario há espaço para tamanho pinheirinho, e como ela nunca o tinha visto?
Depois de longos minutos as duas dormem, na manhã seguinte a primeira coisa que fazem é correr à janela para ver a árvore, mas só o que enxergam são os telhados vizinhos.
A menina faz muitas perguntas e Aline dá a única resposta possível, foi um milagre de natal.
Sonia Maria Cardoso
Fotografia de Isabel Furini |
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